Cerca de 30% dos bancos da América Latina atendem aos requisitos necessários para serem considerados "líderes" em processos de gestão de risco em suas operações. É o que mostrou uma pesquisa global inédita feita pela Longitude Research em parceria com o SAS. Segundo o estudo, um grupo de executivos do setor se destaca ao adotar uma abordagem de liderança em processos de automação de modelagem e digitalização de gestão de risco a partir de um alto nível de integração com uso de tecnologia.
O levantamento From Crisis to Opportunity: Redefining Risk Management, que ouviu recentemente 300 executivos seniores do setor bancário em 24 países em todo o mundo, classificou em dois grupos o nível de maturidade das instituições financeiras quando o assunto é processo de gestão de risco. De um lado, aqueles que foram considerados "Líderes" na adoção de automação de gerenciamento de riscos. De outro, executivos de bancos de uma maneira geral.
O estudo mostrou que na América Latina os considerados "Líderes" em gerenciamento de risco possuem níveis mais altos de integração e precisão nos processos de gestão em comparação com seus pares de maneira geral. Exemplo disso, de acordo com a pesquisa, é que 58% desses já adotaram ferramentas de monitoramento de risco de crédito, em comparação com 43% do total dos bancos da região. Além disso, 73% do grupo que se destaca nas iniciativas de gestão de risco consideram seus processos de modelagem de risco como uma vantagem competitiva, em comparação com 60% dos executivos do setor latino-americanos de forma geral.
A pesquisa também questionou os executivos do setor bancário sobre qual fator mais influencia a abordagem para adoção de modelagens de risco. Enquanto, entre os "medianos" o principal ponto ainda são os impactos causados pela pandemia da COVID-19, os "Líderes" entendem que fatores ligados às iniciativas de ESG (excluindo riscos climáticos) são mais importantes para criação de modelos de risco. Os impactos da crise de saúde causado pelo coronavírus figurou apenas como terceiro ponto mais importante, atrás de obrigações regulatórias, para o grupo considerado líder.
"Os bancos da América Latina possuem a consciência de que precisam digitalizar seus processos de gestão de risco se querem seguir sendo competitivos no cenário atual, ainda mais por ser um aspecto crítico da operação", ressaltou Renato Fiorini, gerente de Soluções de Risco do SAS para América Latina. "Ter uma abordagem que prioriza automação para gestão de risco não apenas otimiza o desempenho operacional, mas garante endereçar todos os desafios regulatórios que as autoridades governamentais exigem para garantir a solidez do sistema financeiro."
A maturidade dos bancos da América Latina quando se aborda o uso de dados também foi identificada na pesquisa. O estudo avaliou que a falta de uma visão baseada em dados sobre a gestão de riscos tem sido um obstáculo para melhorar a qualidade de decisões em todo o setor, bem como uma barreira para o envolvimento com o cliente. O levantamento apontou, por exemplo, que apenas 27% dos bancos da região possuem uma alta capacidade de precisão em projetar seus balanços futuros e prever o demonstrativo de lucros e perdas (P&L, na sigla em inglês) de três ou mais anos à frente, mesmo que 47% deles afirmam integrar testes de estresse obrigatórios aos seus planejamentos de negócio.
O estudo sugere que as instituições financeiras que desejam alcançar as vantagens na adoção de automação em gestão de risco – que incluem melhoria na experiência com o cliente, redução de riscos relacionados a crédito e fraude, além de estender suas previsões futuras enquanto cortam custos e melhoram suas práticas de endereçamentos regulatórios – devem seguir alguns passos, sendo eles:
• Investir em infraestrutura em nuvem e automação;
• Investir e desenvolver talentos;
• Padronizar e modernizar todo o ciclo de vida da modelagem de risco;
• Integrar a gestão de risco com as atividade de planejamento de negócios;
• Ter foco em ganhos rápidos em vez de ter uma transformação de larga escala.
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