De acordo com a última edição do relatório Global Mobile Trends, divulgado pela GSMA esta semana no Mobile World Congress Americas, os smartphones representam 65% das 717 milhões de conexões móveis da América Latina, acima dos 23% de cinco anos atrás. Mais de um terço das conexões (35%) estão operando em 4G.
Impulsionada por dispositivos e redes mais rápidas, a região seguiu a tendência mundial no consumo de vídeo móvel; o vídeo já é o principal gerador de tráfego (56%) e espera-se que cresça cerca de 45% ao ano até 2023, respondendo por 73% de todo o tráfego de dados móveis. Com mais pessoas do que nunca assistindo a vídeos online em pequenas telas, novas maneiras de criação e distribuição de conteúdo estão surgindo, revolucionando o cenário de dispositivos móveis e mídia.
Projetos disruptivos de conteúdo local promovem o surgimento de novas cadeias de valor, a criação de empregos e o advento de fontes de receita inovadoras. As oportunidades não estão limitadas à mídia tradicional; realidade virtual, mista e aumentada, por exemplo, fornecem uma excelente plataforma para inovação movida a dispositivos móveis.
Além de gerar oportunidades de negócios, a convergência também pode contribuir para diminuir a exclusão digital. O relatório Global Mobile Trends da GSMA revela que ainda existe uma desigualdade significativa entre a cobertura e o uso da internet móvel na América Latina.
No Brasil, por exemplo, 79 milhões de pessoas possuem cobertura 3G ou 4G, mas não estão conectadas; este também é o caso de 53 milhões de mexicanos e 23 milhões de pessoas na Colômbia. A maior barreira à internet móvel é a falta de conteúdo relevante para a população não conectada; portanto, a criação de novos aplicativos, ferramentas ou entretenimento regionalmente úteis, que correspondam às necessidades e à cultura locais, podem ajudar a atrair mais pessoas online.
De acordo com a GSMA Intelligence, as operadoras móveis na América Latina estão investindo mais de US $ 15 bilhões por ano (capex) na construção de novas redes, principalmente de 4,5G. Até 2025, a previsão é que 4G responda por 64 por cento das conexões. Nesse ponto, as redes comerciais 5G terão sido lançadas e serão responsáveis por cerca de 8 por cento do total regional.