A Lunes, plataforma brasileira de soluções baseadas em blockchain que visa tornar as criptomoedas algo mais cotidiano na vida da população, acaba de atualizar a Lunes Wallet, sua carteira virtual. A partir de agora, além de poder guardar Bitcoin, Ethereum, Bitcoin Cash, Litecoin, Tether, Dash e a própria Lunes, os usuários poderão utilizar suas criptomoedas direto no sistema para fazer o pagamento de boletos, a recarga de celular e a Transferência Eletrônica Disponível (TED), que permite enviar valores de criptomoedas convertidos em real para conta bancária, de maneira simples e intuitiva como acontece em uma interface de internet banking.
Atualmente o produto conta com oito mil pessoas cadastradas e a meta até o fim do ano é crescer esse total em 150%, chegando ao impacto de 20 mil indivíduos. Além disso, a expectativa é que 30% da base utilize não apenas o armazenamento, mas também os outros serviços disponíveis. "Nossa missão é inovar para trazer ao mercado caminhos que facilitem a adoção das criptomoedas por parte do cidadão comum para que ele seja mais dono do seu dinheiro sem depender das instituições bancárias. E as novas funções possibilitam justamente realizar transações populares, mas usando o dinheiro virtual e sem rastros", explica o fundador e CEO da Lunes, Lucas Magno.
O diferencial da Lunes Wallet é o seu funcionamento. Além dela, apenas uma outra opção no mercado disponibiliza alternativas de uso que vão além da guarda. Entretanto, o ativo do cliente fica armazenado em sua base, diminuindo o controle individual. "A nossa plataforma é totalmente descentralizada. Ela é apenas um meio para que tudo aconteça. Em nenhum momento o capital do usuário fica registrado em nosso sistema. Ele é de posse e de domínio única e exclusivamente do seu dono. Ou seja, ações como aplicar ou não sua criptomoeda é decisão sua, diferente do que acontece na dinâmica financeira em que o seu dinheiro é utilizado para empréstimos e créditos que trazem rendimentos que alimentam apenas as instituições que o armazena", detalha Magno.
Seguindo o roadmap entregue à comunidade que impulsionou a Lunes por meio de um processo de ICO (do inglês Initial Coin Offering) que arrecadou US$2,4 milhões em maio deste ano, a empresa antecipou o lançamento das novas funcionalidades para surpreender os usuários. Para os próximos passos, a equipe de mais de 30 profissionais está focada no desenvolvimento da versão mobile da Lunes Wallet via aplicativo para Android e Web, que está prevista para dia 20 de setembro de 2018. Além disso, outras novidades também estão em processo de criação como, por exemplo, compra de criptomoedas sem que precisem lidar com uma exchange e um sistema para que os usuários pratiquem o P2P com mais segurança.
Os interessados podem se cadastrar em https://luneswallet.app/ utilizando apenas um e-mail válido.
Blockchain
Apresentada oficialmente ao mercado em fevereiro de 2018, a plataforma Lunes nasceu de uma inquietação dos designers Lucas Magno e Elton Sousa para solucionar questões de pagamento e de autenticação de registros de um projeto anterior ligado ao entretenimento. Em todo período de estudos sobre blockchain e criptomoedas, a dupla entendeu que esse ecossistema é muito difícil de ser entendido pela maior parte da população, que não possui informação suficiente e que ainda não entende sua utilidade. Prova disso é que em 2017, o volume de transações de Bitcoin bateu os R$20 milhões por dia, mas não chega a 2% a quantidade de brasileiros que utilizam esse meio para as suas movimentações. A partir daí eles perceberam que poderiam atuar em um novo nicho de mercado e iniciaram a empresa.
Visando gerar soluções disruptivas baseadas em blockchain, a Lunes, que tem como negócio principal, além da própria moeda virtual de mesmo nome, o desenvolvimento de iniciativas que operam no mercado B2B, mas com foco no resultado gerado para o B2C.
Três produtos iniciais já estão em operação: Criptomoeda Lunes: possui caráter comercial e já está listada em exchanges do mundo; Lunes Wallet, carteira virtual de armazenamento com interface intuitiva e moderna que hoje possibilita a guarda da própria moeda, além de Bitcoin, Etherium, Cash, Litecoin, Tether e Dash; CryptoPDV, que está sendo implementado no mercado varejista nos próximos meses. A solução permite concretizar a compra de criptomoedas, seja Bitcoin ou a própria Lunes, no terminal de caixa pelo próprio sistema embarcado do ponto de venda, como supermercados ou lojas de conveniência. Funciona como comprar recarga de celular pré-pago, em que consumidor solicita o valor que deseja adquirir, paga via dinheiro, cartão de débito ou crédito no estabelecimento e recebe o descritivo com as orientações para cuidar do armazenamento da moeda virtual na Lunes Wallet.
"Pela simplicidade de operação o modelo pode ser replicado para qualquer tipo de estabelecimento de varejo e o ponto de venda recebe uma porcentagem das vendas, o que faz o serviço ser sustentável e comercial. Ao mesmo tempo, isso torna a compra por parte dos consumidores menos complexa ao eliminar a necessidade de entendimento sobre as exchanges e isso estimula que mais lugares passem a aceitar o dinheiro virtual como meio de pagamento, tornando seu uso mais popular e contribuindo para sua valorização, o que vai totalmente ao encontro do propósito de existência da Lunes", explica Magno, acrescentando que a empresa irá lançar uma "maquinha" para esse tipo de transação, além das funcionalidades normais de pagamento.
E essa não é a única oportunidade de negócio para o mercado varejista. Dentro da plataforma, uma outra possibilidade é o desenvolvimento de tokens próprios de cada rede, como hoje acontece com os cartões private label. A chance de impactar mais consumidores ao adotar esse formato é maior, já que nem todos têm acesso a crédito e, consequentemente, não conseguem a aprovação dos seus cartões. Com a tokenização, basta que ele faça a aquisição da moeda virtual para receber os benefícios, como os descontos nas compras usando-a como forma de pagamento. Por outro lado, essa forma de instrumentalizar a adoção dos seus serviços financeiros gera diminuição dos custos de operação ao minimizar as perdas com fraude, por exemplo.