A ETH Zurich inaugurou oficialmente o novo supercomputador ALPS no Swiss National Supercomputing Centre (CSCS) em Lugano, Suiça. A nova infraestrutura de pesquisa é baseada em um Cray Supercomputer EX da Hewlett-Packard Enterprise (HPE) e tem 10.752 dos cobiçados superchips NVIDIA Grace Hopper do mundo. Isso faz do ALPS' um dos computadores mais rápidos do mundo. Na lista Top500 de supercomputadores de junho de 2024, ele foi classificado em 6º no primeiro estágio de expansão. Quando totalmente expandido, ele terá um desempenho máximo na ordem de meio exaflop. Um exaflop corresponde a um bilhão de bilhões de operações de ponto flutuante (flops) por segundo. Os números exatos sobre o status final da expansão são esperados em novembro.
"O Alps é uma expressão da nossa visão de um futuro caracterizado pelo conhecimento e progresso", disse o Conselheiro Federal Guy Parmelin em seu discurso. Ao mesmo tempo, o novo supercomputador é uma homenagem aos descobridores de campos científicos ainda desconhecidos e o epítome de uma tecnologia absolutamente excepcional. O chefe do Departamento Federal de Assuntos Econômicos, Educação e Pesquisa explicou que a nova infraestrutura de pesquisa é o resultado dos esforços combinados da Confederação, cantões e comunas.
O vice-presidente de pesquisa da ETH, Christian Wolfrum, também enfatizou o compromisso de longo prazo da Confederação e do Domínio ETH. Com relação aos chips instalados na infraestrutura de pesquisa, ele também enfatizou a importância da colaboração de longa data entre o CSCS e a indústria: "'ALPSA é um golpe de sorte, mas não uma coincidência. Afinal, o mais recente supercomputador faz parte de uma longa tradição de colaboração entre o CSCS e a indústria."
Utilizando todo o potencial da inteligência artificial
O novo supercomputador foi desenvolvido para atender aos requisitos extremos de dados e computação da pesquisa científica. Com o ALPS', os cientistas na Suíça têm uma infraestrutura que lhes permite utilizar totalmente as possibilidades da inteligência artificial (IA), continuou Wolfrum.
O novo supercomputador é um elemento central da iniciativa de IA suíça. Ele foi lançado pela ETH Zurich e EPFL para posicionar a Suíça como o principal centro mundial para o desenvolvimento e implementação de soluções de IA transparentes e confiáveis.
"O ALPS torna possível treinar modelos complexos de IA para aplicações importantes, por exemplo, em medicina e pesquisa climática", diz Andreas Krause, que lidera o AI Centre na ETH Zurich. Ao mesmo tempo, graças à nova infraestrutura de pesquisa, o progresso metodológico pode ser feito nas áreas de transparência, confiabilidade e sustentabilidade da IA.
Adaptado às necessidades específicas das comunidades de usuários
ALPS é um componente essencial da infraestrutura de pesquisa no CSCS. "Com sua arquitetura nativa da nuvem, podemos criar clusters versáteis definidos por software (vClusters) adaptados às necessidades específicas das comunidades de usuários, garantindo a manutenção da confidencialidade necessária", explica Thomas Schulthess, diretor do CSCS. Várias instituições estão aproveitando essa nova oportunidade, principalmente o Instituto Paul Scherrer. Ele está convencido de que o Alps abrirá caminho para enfrentar os desafios científicos, encorajando cientistas em computação de alto desempenho e análise de dados extremos a pensar fora da caixa.
No entanto, o hardware é apenas uma peça do quebra-cabeça. A outra parte é o desenvolvimento de software multifacetado. Aqui, os engenheiros do CSCS desempenham um papel importante, trabalhando em estreita colaboração com os pesquisadores para desenvolver ferramentas e software que traduzem questões científicas para a linguagem do computador. Juntos, eles estão impulsionando avanços na pesquisa científica na Suíça – frequentemente com um benefício direto para a sociedade. Por exemplo, "Alps" permitiu que a MeteoSwiss mudasse para um modelo de resolução muito mais alta para previsões meteorológicas que refletem melhor a topografia complexa de montanhas e vales da Suíça.
