Com a constante transformação digital, o setor de Tecnologia da Informação (TI) está passando por uma evolução intensa. Um levantamento realizado pela NTT DATA em parceria com a Harvard Business Review, revelou que 92% das empresas latino-americanas que optaram pelo uso de tecnologias emergentes, em 2023, obtiveram sucesso. Para 2025, a Forrester aponta que 89% dos líderes de TI planejam aumentar seus investimentos em dados e inteligência artificial. Essa corrida por inovação impõe aos profissionais de tecnologia um duplo desafio: dominar novas competências técnicas e desenvolver habilidades interpessoais que permitam uma atuação estratégica em ambientes cada vez mais dinâmicos e integrados.
Entre os principais motores dessa transformação está a IA, presente nas operações de 72% das empresas globais, segundo a McKinsey de 2024, que rapidamente se consolidou como uma aliada no trabalho em TI. Essas ferramentas atuam hoje como "copilotos", eliminando tarefas repetitivas e permitindo que os profissionais se concentrem em projetos mais estratégicos e de alta complexidade. Este suporte automatizado promove então a agilidade e a produtividade, transformando a maneira de resolver problemas.
Em termos de conhecimento técnico, as competências que têm se mostrado essenciais nesse contexto incluem machine learning, análise de dados, computação em nuvem e segurança cibernética. O domínio dessas tecnologias responde a necessidades emergentes em um ambiente de transformação acelerada, em que o volume de informação cresce a cada segundo e as ameaças cibernéticas se tornam mais sofisticadas.
Contudo, o novo perfil do profissional de TI exige muito mais do que proficiência técnica. O diferencial daqueles que se destacam hoje é a capacidade de traduzir conceitos complexos em estratégias práticas que façam sentido para diversas áreas da empresa. Para isso, habilidades como comunicação, colaboração e relacionamento interpessoal são indispensáveis. Aqueles que antes se limitavam à execução agora precisam desenvolver uma visão ampla e habilidades para atuar em equipes multifuncionais. Assim, a TI deixa de ser um setor isolado para se tornar o elo entre a inovação e os objetivos organizacionais, um agente ativo na construção de valor.
Agora, mais do que nunca, é essencial adotar uma mentalidade de aprendizado contínuo, pois o ritmo acelerado das inovações demanda constantes atualizações. Para se preparar para essa nova realidade, as empresas devem investir em uma cultura de desenvolvimento, oferecendo acesso a certificações, treinamentos e programas de mentoria. Ambientes que incentivam o conhecimento permitem que os profissionais transformem aprendizados em ação, seja por meio de projetos experimentais ou aplicando novas competências em cenários práticos. Isso promove uma troca enriquecedora entre os times e fortalece o crescimento coletivo.
Por fim, para se manter competitivo, o profissional de TI precisa ter clareza de suas metas e dos caminhos necessários para alcançá-las. A capacidade de navegar em um cenário complexo, dominando tanto o conhecimento técnico quanto as soft skills, é o que definirá o futuro desses especialistas no mercado, colocando-os como parceiros indispensáveis na revolução digital.
Lucas Carsalade, Chief of Strategy Officer da Rethink.