Participei recentemente da elaboração de um planejamento estratégico para os próximos três anos, conduzido em colaboração com a Fundação Dom Cabral (FDC). Foi uma oportunidade para revisitar ferramentas clássicas de análise, como a matriz SWOT (Iniciais em inglês que significam strengths (pontos fortes), weaknesses (pontos fracos), opportunities (oportunidades) e threats (ameaças)) e a BCG (Boston Consulting Group) e continuam desempenhando papéis essenciais na construção de uma visão robusta e prática sobre nossas operações e recursos. Essas ferramentas, reconhecidas por sua capacidade de consolidar fundamentos, permitem que empresas globais tracem caminhos claros e mensuráveis para alcançar o sucesso em cenários de curto e médio prazo.
Entretanto, em um contexto em que cada ano parece passar mais rápido e diante de grandes disrupções tecnológicas, é imprescindível adotar uma visão atenta às tendências de longo prazo. Ao incluir uma análise aprofundada de tendências emergentes, conseguimos visualizar com maior precisão os novos mercados que provavelmente surgirão e compreender como soluções inovadoras, como inteligência artificial e computação quântica, impactarão não apenas nosso setor, mas também as demandas de segurança e inovação das empresas.
Assim, neste fim de ano, em que aceleramos a entrega de nosso planejamento anual, também realizamos um planejamento por horizontes, o que nos permite alinhar o curto, médio e longo prazo de forma prática e objetiva. No curto prazo, nossa abordagem foca no 'back to basics': fizemos o que estava planejado? O orçamento foi cumprido? Identificamos e mitigamos os riscos e vetores de risco que poderiam impactar nossas operações principais? Esse horizonte é essencial para garantir que os fundamentos estejam sólidos e que nossas ações imediatas agreguem valor ao negócio, com estratégias comunicadas claramente ao board e traduzidas para o risco operacional da companhia.
Já o médio prazo é onde visualizamos como nossa empresa precisa evoluir, adaptando-se para atender às mudanças do mercado e preparando nossa estrutura para o futuro. Como líderes em segurança da informação, isso envolve estar à frente em soluções como Zero Trust, gestão de identidades e acesso (IAM), e segurança na cadeia de fornecedores. Essas tecnologias, embora já em fase de maturação, continuam a evoluir e têm um impacto significativo nas operações e na resiliência das organizações. Segundo o Gartner, ainda são consideradas tendências.
No horizonte de longo prazo, o objetivo é investir em inovação, focando em tecnologias como inteligência artificial aplicada à robótica, computação quântica, e o desenvolvimento de soluções sustentáveis e de energia limpa. A incorporação de IA e de automação em diversos segmentos promete revolucionar a produtividade e oferecer uma vantagem competitiva poderosa para as organizações que souberem antecipar e adotar essas inovações. Dessa forma, garantimos que nossa empresa não apenas acompanhe, mas lidere o caminho na inovação, assegurando relevância contínua nos mercados globais.
Recomendo a todos que trabalham em áreas correlatas à Segurança da Informação incorporem um pensamento estratégico que se expanda por diferentes horizontes, permitindo equilibrar ações imediatas, inovação incremental e a preparação para um futuro transformador.
Como líderes de uma área em constante crescimento e de grande importância, nosso compromisso é garantir que nossa organização esteja sempre um passo à frente, com uma gestão proativa em segurança da informação que assegure resiliência nas operações e uma mitigação de riscos alinhada ao apetite organizacional.
Umberto Rosti, CEO Brasil da Stefanini Cyber, empresa que integra o Grupo Stefanini.