Referência global em segurança física, Israel tem se tornado, também, um mercado reconhecido internacionalmente quando o assunto são tecnologias do segmento de cibersegurança. No ano passado, as empresas do país do Oriente Médio foram responsáveis por 40% de toda a captação global, via venture capital (VC), em ativos no setor.
Foram US$ 8,8 bilhões levantados no período, para um total mundial de US$ 21,8 bilhões. Também em 2021, foram 131 rodadas de captação de empresas de segurança cibernética junto a fundos de VC e 11 unicórnios (empresas avaliadas em mais de US$ 1 bilhão) criados. Outro número que mostra a força das startups israelenses de cibersegurança: 40% dos "ciber IPOs" realizados em bolsas americanas em 2021 foram de empresas israelenses.
Essa oportunidade começa, aos poucos, a ser oferecida também a investidores não-israelenses. A gestora OurCrowd, líder em Venture Capital no país do Oriente Médio, por exemplo, está oferecendo, aqui no Brasil, o fundo OurCrowd Brazil Feeder FIM IE, com um portfólio composto por entre 15 e 20 empresas do segmento e em diversos estágios de maturação.
Algumas das empresas que compõem a carteira são:
- C2A Security: a empresa israelense é focada em cibersegurança de veículos elétricos e software automotivo – considerando que automóveis cada vez mais conectados são, por definição, também mais vulneráveis a ataques de hackers. O CEO da C2A Security, Michael Dick, se destaca no setor em sua jornada e experiência prévia como fundador da NDS, empresa ligada à proteção de dados em vídeo e adquirida pela Cisco em 2012 por US$ 5 bilhões.
- QuantL: tem como objetivo popularizar o uso da criptografia quântica como forma de garantir a segurança de dados – informações protegidas por criptografia quântica não podem ser "quebradas" mesmo por computadores quânticos.
- Cyabra: atua no combate a notícias falsas, protegendo marcas e identidades públicas. A empresa foi contratada pelo bilionário Elon Musk para auditar os números reais de contas de spam e bots do Twitter durante o processo de negociação para a compra da rede social.
- Cybersixgill: um sistema avançado de detecção de riscos, capaz de extrair, de maneira anônima, dados sobre pessoas e empresas presentes em fóruns de acesso limitado na deep e na dark web, prevenindo, dessa forma, possíveis ameaças por meio do uso de algoritmos, machine learning e Inteligência Artificial (IA).
- ThetaRay: através do conhecimento de big data e ciência de algoritmo, maximiza a eficiência dos dispositivos, prevenindo crimes financeiros como lavagem de dinheiro, fraude e financiamento de grupos terroristas.
- Cyfirma: Uma plataforma de desenvolvimento com o intuito de proteger empresas frente a ameaças de cibercriminosos, ativando avisos antecipados sobre ataques cibernéticos iminentes e preparando as defesas.
- IronVest: um superaplicativo e extensão de navegador que prioriza a segurança e a privacidade através da biometria, fornecendo proteção contra fraudes desde o login até a finalização.
O fundo será disponibilizado, no Brasil, pela Gestora Daycoval Asset Management, responsável pela gestão dos fundos, e administrado pelo Banco Daycoval S.A., o qual também disponibilizará o fundo em sua plataforma de investimentos.
A taxa de administração total será de 2.33% e a de performance, de até 25%, para investidores qualificados (patrimônio de, no mínimo, R$ 1 milhão), com permanência exigida de 10 anos — já que a venda dos ativos que irão compor o portfólio depende de condições específicas de rentabilidade e liquidez, uma característica das carteiras de venture capital.
"Essa é uma oportunidade única de acesso a uma tese de investimentos em uma indústria de altíssima tecnologia em um país que é conhecido por sua excelência nesse segmento", afirma o brasileiro Rodrigo Monteiro, sócio da OurCrowd em Israel.
Criada em 2013, a OurCrowd é a gestora de Venture Capital mais ativa de Israel. Ao todo, a gestora administra aproximadamente U$ 2 bilhões com mais de 350 empresas investidas.