A verdade por trás das moedas digitais

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As criptomoedas se popularizaram nos últimos anos e se tornaram um tópico que gera discussão e confusão. Embora seu conceito tenha surgido nos anos 1980, só se tornou realidade em 2009. Nesse ano, uma pessoa ou grupo usando o pseudônimo Satoshi Nakamoto criou o Bitcoin, e a partir daí diversas outras moedas digitais foram desenvolvidas. Segundo o estudo State of Crypto, publicado pela a16z, empresa de capital de risco, existem 617 milhões de proprietários globais de criptomoedas e quase 60 milhões de usuários mensais.

Porém, muitas pessoas ainda têm ideias erradas sobre como elas funcionam e para que exatamente servem, o que pode afetar diretamente as decisões sobre usá-las ou investir nelas. Por isso, é importante entender profundamente o seu papel e funcionamento, separando os mitos da realidade e conhecendo a verdade sobre esses ativos.

A crença de que elas não são seguras é comum, porém não possui base na realidade. Na verdade, as criptomoedas são bastante seguras – e essa é uma das suas grandes vantagens. A tecnologia por trás delas, chamada blockchain, torna as transações públicas e rastreáveis. Ou seja, na prática isso significa que todas as movimentações ficam registradas e podem ser verificadas por qualquer pessoa, o que garante a proteção das transações, resguardando as informações e dificultando ataques cibernéticos.

Inteligência artificial também tem sido aplicada para monitorar esses registros, detectando padrões incomuns que podem indicar fraudes, reforçando a proteção das transações. Como CEO de uma empresa de soluções de IA para negócios, posso atestar o impacto positivo dessa tecnologia em setores onde a segurança e a confiabilidade são cruciais.

Portanto, é importante compreender que elas não oferecem anonimato, uma vez que as transações são como usar um apelido em vez do nome real – e ele pode ser descoberto com esforço e técnicas adequadas.

Outro aspecto que torna as moedas digitais seguras é sua natureza descentralizada: diferente dos sistemas bancários tradicionais, não há um ponto central de controle que possa ser alvo de ataques, e elas também não dependem de uma única entidade para funcionar.

Especialistas em cibersegurança ao redor do mundo confirmam que esse ativo oferece um alto nível de proteção, sendo robusto e resistente a fraudes. Claro que, como em qualquer investimento, é necessário tomar precauções. Usar carteiras digitais confiáveis e manter as chaves privadas em segurança são práticas essenciais para proteger as moedas digitais.

Há ainda quem acredite que minerar criptomoedas é fácil e lucrativo, quando, na verdade, é um processo complexo que exige conhecimento técnico e muito investimento. A mineração envolve o uso de computadores potentes, com placas de vídeo especializadas e processadores de alto desempenho para resolver problemas matemáticos complexos, que são responsáveis por validar transações e adicionar novos blocos à blockchain –  o que, vale ressaltar, pode custar milhares de reais.

A competição na mineração é intensa, e não é de se espantar que grandes empresas com data centers enormes dominem o mercado. Isso dificulta a obtenção de lucro por mineradores individuais.

Outro mito ligado às criptomoedas é o de que elas são usadas somente para atividades ilegais. Na realidade, esses ativos têm muitas aplicações legítimas, podendo ser utilizadas para compras online, transferências internacionais e até mesmo como forma de investimento. Atualmente, grandes empresas já aceitam criptomoedas como pagamento, como Tesla e PayPal. Elas também são comumente usadas para doações às instituições de caridade, pois permitem que as organizações recebam fundos de forma rápida e com baixas taxas.

Existem de fato criminosos que usam e já usaram as moedas digitais de forma ilegal, assim como fazem com o dinheiro tradicional – mas isso não define de forma alguma o propósito principal delas. Posso concluir que conforme a tecnologia evolui, surgem mais funções para as criptomoedas. Isso porque elas estão se tornando cada vez mais parte do sistema financeiro global, e devem trazer grandes transformações para o mercado nos próximos anos.

Gustavo Caetano, CEO e fundador da Samba.

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