Empresas que adotam práticas inclusivas e promovem a diversidade têm 19% mais chances de aumentar sua receita em comparação com aquelas menos diversificadas, de acordo com uma pesquisa do Boston Consulting Group publicada em 2023. Então, por que o mercado ainda permanece tão excludente?
Para que uma marca possa alcançar uma base de clientes diversificada e engajada, fortalecer sua cultura, otimizar a eficiência da equipe e assegurar um negócio rentável, é essencial reconhecer e incorporar as potencialidades da diversidade.
Historicamente, a publicidade era dominada por pessoas com backgrounds semelhantes, oriundas das mesmas instituições e círculos sociais. Isso resultava em narrativas moldadas por uma visão limitada, refletindo apenas uma parcela restrita da sociedade — aqueles com maior poder de compra. Há dez anos, grandes marcas de beleza não incluíam pessoas diversas em suas campanhas. Além da falta de representatividade, havia uma carência de produtos adequados para mais de 50% da população que se identifica como preta ou parda.
No entanto, essa realidade está mudando. Com a implementação de políticas de cotas, pessoas de diferentes origens estão conquistando seu espaço no mercado de trabalho – e como diria Bia Ferreira: "Cota não é esmola". Esse movimento não apenas oferece a essas pessoas a oportunidade de se integrarem ao mercado, mas também enriquece as empresas com novas perspectivas e ideias inovadoras.
A mudança é lenta, mas perceptível. Empresas que já adotaram práticas inclusivas notam melhorias significativas em seus quadros de funcionários. A diversidade não é apenas uma questão moral, mas também uma estratégia de negócios inteligente. As empresas que não acompanharem essa tendência enfrentarão desafios crescentes.
Exemplos não faltam. Marcas que abraçaram a diversidade em suas campanhas viram um aumento na identificação e lealdade de seus clientes. Marcas que promovem essas iniciativas criativas capturam a atenção de um público mais diversificado.
Hoje, destacar-se no mercado exige uma comunicação livre de preconceitos, tanto pelo branding, quanto por questões legais. Aqueles que resistem à inclusão e à diversidade perdem uma oportunidade de mercado vital. Passar o microfone para vozes diversas permite histórias mais ricas e interessantes, ressoando com uma audiência ampla e variada.
É hora das marcas entenderem quais narrativas, que de um lado conversam melhor com seu público e de outro atraem os profissionais mais talentosos para seus times. Escolher profissionais pelo talento e competência, enquanto se retém clientes diversos pela maturidade social, não é apenas uma prática inclusiva — é uma estratégia de sucesso no mercado moderno.
Amanda Lyra, especialista em diversidade e inclusão.