Desde meados de 2010, a Gradiente ensaia retomar suas operações. O atraso, no entanto, é justificado pela dificuldade da empresa de encontrar credores que acreditem no potencial da companhia. "A Gradiente está renascendo das cinzas e os obstáculos encontrados são incalculáveis", disse a fonte.
Para voltar a operar, a Gradiente necessita de investimentos que somem pelo menos R$ 130 milhões. Do total, mais da metade – cerca de R$ 70 milhões – viria de investidores e o restante de capital da própria empresa. "Há valores já capitalizados por um grupo composto por três investidores públicos e um americano", afirmou.
Como a Gradiente acumula dívidas de mais de R$ 300 milhões, uma das saídas encontradas pela companhia foi mudar a razão social da marca Gradiente para IGB Eletrônica. Além disso, foi criada uma empresa subsidiária, a Companhia Brasileira de Tecnologia Digital (CBTD) – que tem os acionistas majoritários da Gradiente como donos – para receber os aportes dos credores, sem comprometer os recursos a pagamento de débitos antigos.
Entre os possíveis nomes que podem financiar o regresso da Gradiente ao mercado estão: o Banco Nacional de Desenvolvimento (Bndes), a Agência de Fomento do Estado do Amazonas (Afeam) e a Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa). Procuradas, as entidades não confirmaram que haja qualquer processo de liberação de crédito em andamento.
Diversificação
Liderada pelo empresário Eugênio Staub, a Gradiente, desde 2007, acumula uma série de problemas financeiros. A concorrência acirrada foi, no entanto, fator determinante para a queda da companhia. Hoje, o mercado de eletroeletrônico é ocupado principalmente por empresas asiáticas.
Para driblar a concorrência, a Gradiente vai apostar em um novo segmento: o de informática. A princípio, a companhia vai focar no desenvolvimento de notebooks e tablets, com o intuito de se diferenciar das demais companhias. O carro-chefe da empresa continua sendo o segmento de eletroeletrônicos, principal ramo de atuação da companhia.
De acordo com informações do setor, a companhia teria recontratado 800 ex-funcionários para treinamento. A Gradiente não confirma a informação. Atualmente, cerca de 50 empregados trabalham na fábrica da empresa, em Manaus (AM). Todos recebem seus salários por meio de depósitos judiciais. Procurada, a Gradiente preferiu não comentar o assunto.
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