Em 2017, o volume de pedidos via mobile cresceu além dos 35% – segundo números do Webshoppers. Praticamente ¼ das vendas de e-commerce no Brasil se deram via dispositivos móveis, sejam smartphones ou tablets.
Para saber as razões desse crescimento, o PayPal encomendou ao Opinion Box uma pesquisa com objetivo principal de ajudar a entender os hábitos de consumo online dos chamados m-consumidores – aqueles que fazem compras via dispositivos móveis.
Parte desse fenômeno pode ser atribuída à democratização do acesso 3G e 4G no Brasil. Com isso, os smartphones cada vez mais desempenham o papel de principal ferramenta de acesso à internet, especialmente entre as classes menos abastadas.
O Opinion Box entrevistou 1.020 m-consumidores em todo o Brasil e perguntou, primeiramente, sobre as compras mais recentes feitas por meio de dispositivos móveis. Cerca de 30% afirmaram ter feito compras nos sete dias que antecederam a realização da pesquisa; outros 20% fizeram compras nos 15 dias anteriores; 21%, nos 30 dias anteriores; 11% nos 60 dias anteriores; e mais 18% há mais 60 dias.
Entre os 71% que fizeram compras nos 30 dias que antecederam a pesquisa, a quantidade média de compras via mobile foi 4,85 por respondente; enquanto que a média de compras via computador foi de 3,81.
O estudo quis saber também o fluxo das compras online entre o desktop e os dispositivos móveis. E descobriu que 30% dos pesquisados disseram ter o hábito de iniciar uma compra no celular e terminá-la no computador; outros 20% fazem o caminho inverso, começam a compra no computador e termina no dispositivo móvel.
Também foi investigado o fluxo de pesquisa que conclui na compra e 41% têm o hábito de pesquisar itens para comprar pelo smartphone ou tablet e fazer a compra pelo computador; e 30% costumam usar o método inverso, ou seja, pesquisar o produto/serviço pelo computador e comprar via mobile.
O m-consumidor costuma comprar qualquer tipo de item pelo smartphone/tablet, mas a categoria campeã de audiência é Serviços (como aplicativos para solicitar táxi ou carro particular, pedir comida/delivery, recarregar bilhete único, realizar recarga de celular etc.), com 84% de respostas. (respostas múltiplas).
A segunda categoria na lista é Produtos do dia a dia (como produtos de farmácia, supermercado, roupas, acessórios, livros, papelaria etc.), com 76%. Em terceiro lugar ficaram as chamadas Compras pontuais (como móveis, eletrônicos, eletrodomésticos etc.), com 75%. (respostas múltiplas)
Outro ponto pesquisado pelo Opinion Box foi a relação entre compra via site e via aplicativo no smartphone ou tablet. E aí temos resultados interessantes: na categoria Serviços, 56% dos respondentes afirmaram ter tido a experiência em aplicativos instalados no equipamento; 32% podem usar tanto o aplicativo quanto o site diretamente no navegador; e 12% compram somente no site das lojas.
A segunda categoria em que a experiência de compra via app é mais frequente é Consumo digital (músicas, jogos, software etc.), em que 40% compraram por aplicativos; outros 40% não fazem distinção entre apps e sites das lojas online; e 20% compraram diretamente nos sites.
Mais de 60% (61%) dos pesquisados disseram comprar mais Serviços por meio de seus dispositivos móveis; Consumo digital vem em segundo nessa lista, com 44%; seguido por Entretenimento (ingressos para cinema, peças ou shows), com 41%, e Produtos do dia a dia, com 40%.
O Opinion Box quis saber também qual a forma de pagamento mais usada pelos m-consumidores, e o cartão de crédito foi o mais citado. 69% afirmam utilizar o cartão de crédito parcelado para comprar na categoria Turismo e viagem; seguido pelas Compras pontuais, com 62%. Já na categoria Consumo digital, a maioria (56%) usam cartão de crédito à vista; modalidade mais utilizada também na categoria Entretenimento, com 57%.
A categoria em que as carteiras digitais, como o PayPal, são mais citadas é a de Consumo digital, em que a opção é usada por 33% dos entrevistados. Em seguida vêm Turismo, com 32%; Serviços e Entretenimento, ambas com 25%; Produtos do dia a dia, com 24%; e Produtos de compras pontuais, que registrou 23%.
Segundo o estudo, o m-consummer se considera um consumidor planejado. A categoria em que isso é mais visível é a de Turismo e viagem, em que 86% garantem planejar os gastos. Na outra ponta da pergunta, a categoria de Consumo digital conta com "apenas" 69% de consumidores planejados.
Quanto à facilidade do ato de comprar via mobile, a categoria que os pesquisados mais citaram foi a de Serviços, com 72%. Na outra ponta da pergunta, a categoria em que a experiência mobile é a mais difícil foi Turismo e viagem. Dentre os principais motivos para considerar difícil realizar uma transação via mobile 42% citaram a demora para carregamento das páginas das lojas; 36%, o fato de não encontrarem informações sobre os produtos; e 32%, a necessidade de utilizar o pacote de dados para navegar e realizar a compra.
Outro ponto importante: 49% dos pesquisados garantem preferir comprar e pagar por produtos e serviços via aplicativo. A pesquisa concluiu que esse índice só não é maior porque 57% dos entrevistados ainda se preocupam em baixar aplicativos, pois eles ocupam espaço na memória do celular.