Como parte da estratégia para recuperar a rentabilidade perdida durante a crise financeira mundial, a Sterling Commerce, fabricante de software e soluções de integração, pretende, a partir de agora, concentrar o foco de atuação na modalidade de venda de software como serviço (SaaS, na sigla em inglês). A aposta da empresa nesse modelo está no fato de permitir que os clientes poupem o custo de aquisição de licenças de software, já que em vez de comprar licenças e instalar os programas, eles pagam uma mensalidade e se conectam à internet para utilizar o software.
De acordo com o vice-presidente sênior de gerenciamento de produtos da Sterling Commerce, Joel Reed, a crise gerou o cancelamento de um grande número de projetos e uma redução nos orçamentos de TI das empresas, de forma geral, o que acabou afetando a empresa. Sem revelar números, ele diz que a carteira de clientes, porém, se manteve a mesma durante 2009, embora o número de projetos tenha diminuído, levando à queda na receita.
Para Reed, o ingresso da empresa no segmento de SaaS é uma estratégia importante para aumentar a participação de mercado da empresa e a recuperação da receita. Segundo o executivo, o período de desaceleração econômica serviu para que a Sterling revisse a forma de atuação junto aos clientes, passando a fornecer apenas soluções de integração entre empresas (B2B). "E isso será crucial para que a expansão da carteira de clientes da companhia", observa.
Em relação ao Brasil, Reed diz que a estratégia para este ano ficará concentrada na oferta de produtos mais voltados para os setores de varejo e manufatura. De acordo com presidente da Sterling no Brasil, Marcelo Ramos, estas são as área nas quais há mais espaço para a empresa crescer. Ele diz que por conta do bom desempenho da subsidiária brasileira durante a crise econômica mundial, o país tornou-se prioridade para a companhia. Segundo ele, o Brasil agora é um dos principais mercados da Sterling, junto com Canadá, Estados Unidos, França, Alemanha e Reino Unido.
Apesar de estar entre os alvos prioritários, a operação brasileira, segundo Ramos, ainda responde por uma fatia pequena da receita mundial da Sterling, até porque faz parte do mesmo bloco geográfico que os Estados Unidos. Mas as perspectivas para que a representatividade do país aumente são bastante promissoras. O executivo adianta que uma das medidas para alcançar esse objetivo será deslocar o foco de atuação exclusiva com grandes corporações, como bancos e as operadoras de telecomunicações, para o segmento de médias empresas.
* O jornalista viajou a Dallas a convite da empresa.
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