Entregar ao consumidor o que ele precisa, onde ele estiver e quando ele quiser é um discurso bastante disseminado em qualquer mercado. Na maioria das vezes, ele representa a integração do online com o offline, mesmo que não seja uma tarefa fácil de se colocar em prática.
Quando se trata do varejo, então, esse desafio, muitas vezes, parece até mesmo impossível. Porém, nesse caso, existe um ponto que une os mundos físico e digital: a conectividade. Ela é o elo que permite que todas as operações independentemente do meio, compartilhem vantagens como coleta de dados e gestão total do relacionamento com o cliente, deixando de ser uma questão física e passando a ser a infraestrutura básica para trazer a experiência do e-commerce para o mundo offline e vice-versa.
Até algum tempo atrás, as soluções de conectividade para uma loja física levavam em conta apenas as necessidades de operação (internet para passar o cartão de crédito, troca de e-mails, atualização do ERP). Hoje, estas soluções vão muito mais além. Para garantir a satisfação do cliente, é preciso oferecer uma experiência completa, que vai da internet liberada para sua navegação até o checkout móvel, por exemplo. E, com o aumento do tráfego, é preciso também estar atento a questões de segurança e qualidade da operação.
Uma análise apressada desse cenário pode indicar que o varejista precisa gastar mais com itens como banda, roteador, fibra, cabos. Mas isso não é necessariamente verdade. Com uma infraestrutura inteligente, é possível aumentar a capacidade instalada, garantir a segurança, implementar uma base Big Data e, tudo isso, sem estourar os custos.
Combinando hardware e software de forma racional, é possível montar uma rede interna capaz de atender a todas as necessidades de cada operação. Quem precisa de reserva de banda para determinada tarefa (como passar cartão ou acessar o ERP) pode usar um sistema de balanceamento capaz de organizar o tráfego minuto a minuto.
Já quando falamos em segurança, é preciso estar atento à nova legislação, que responsabiliza civilmente quem responde pela rede por todos os dados que trafegam por ela. Para evitar riscos futuros, existem inúmeros softwares que limitam o acesso a sites e aplicativos duvidosos.
Mas a grande vantagem das redes inteligentes é a possibilidade de montar um "radar dos clientes". Com ferramentas de captura e análise dos dados trocados na rede, fica fácil conhecer em profundidade quem visita a loja física, identificando necessidades não percebidas e tendências de compra. Com isso, é possível planejar promoções e até mesmo campanhas personalizadas, algo que, até pouco tempo, só era possível no digital. Tudo, claro, sempre com a autorização do consumidor, tomando todos os cuidados com a privacidade.
Ou seja, a tecnologia chega ao varejo físico, proporcionando independência e flexibilidade no gerenciamento de dados e uma grande conexão com os clientes. Tudo isso de modo muito fácil e a custos acessíveis. Esse é o futuro. E o futuro é hoje.
Ricardo Pinho, diretor executivo de Conectividade da Linx.