Contratos de serviços de TI serão alvo de renegociações, aponta IDC

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A forte desaceleração da economia mundial no quatro trimestre de 2008 afetou de forma negativa o mercado de TI no Brasil. Esse impacto, porém, foi menor no mercado de serviços profissionais de TI, já que boa parte da receita ainda é lastreada em contratos de médio e longo prazo, incluindo suporte, manutenção, outsourcing, etc. É o que mostra o estudo IDC Brazil IT Services Tracker 2008, que a consultoria acaba de concluir.
Apesar disso, a IDC avalia que muitos desses contratos serão renegociados em virtude da necessidade das empresas de reduzir custos. "A maior parte das renegociações deverá contemplar a redução dos acordos de nível de serviço [SLAs] ou até mesmo corte de alguns serviços não críticos neste ano", afirmou Reinaldo Roveri, gerente de pesquisas enterprise da IDC, e responsável pela análise. "Mesmo assim, a boa notícia é que grande parte dos serviços de TI contratados já não é mais dispensável e darão suporte às operações do negócio, o que garantirá a manutenção da maioria das receitas recorrentes dos prestadores de serviços de TI no ano."
De acordo com a análise, o mercado de serviços profissionais de TI apresentou bom resultado no ano passado, principalmente devido a projetos de outsourcing de infra-estrutura (ITO), desenvolvimento e implementação de soluções de governança, adequação contábil e fiscal (SPED e Nota Fiscal Eletrônica), implementação e integração de sistemas de CRM e business intelligence (BI), aprimoramento de módulos de ERP, integração e consolidação de infraestrutura, incluindo virtualização. O mercado total de serviços profissionais de TI teve uma receita total de R$ 18,56 bilhões em 2008, desempenho 11,6% superior quando comparado a 2007. Este valor exclui serviços de BPO (business process outsourcing) e offshore.
Para compensar a contínua queda das margens, especialmente neste novo cenário econômico, fornecedores têm recorrido a formas inovadoras de oferecer serviços por meio da adição de valor e capacidade de embutir inteligência e capital intelectual às suas entregas, buscando diferencial competitivo, segundo a IDC. "O que o mercado tem chamado de cloud computing, por exemplo, já é uma oferta estruturada em algumas empresas embora apresentem algumas diferenças de provedor para provedor. De qualquer maneira, esta oferta de TI como serviço, neste conceito de nuvem, deverá se tornar mais comum nos próximos meses", explicou Roveri.
Para o analista, a cobrança sobre os departamentos de TI para redução de custos aliada a eventuais cortes de pessoal interno vão impulsionar a contratação de serviços terceirizados infra-estrutura neste ano, além de projetos relacionados à redução de custos e o desenvolvimento de soluções de adequação a normas regulatórias, fiscais e contábeis. Esses fatores, segundo Roveri, darão maior contribuição para manter o crescimento do mercado positivo neste ano. Esse crescimento, porém, não passará de um dígito no ano, aponta ele. Alguns dos serviços de TI mais afetados pela redução nos orçamentos de TI serão os relacionados à manutenção e suporte de hardware, help desk, desenvolvimento de novas aplicações e consultorias de longo prazo que não estejam relacionadas à otimização de processos com resultados tangíveis de redução de custos.

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