Maioria das empresas amplia orçamentos para análise preditiva e IA

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A 9ª edição do estudo global Talent Trends, realizado pela Randstad, ouviu mais de 1000 líderes em 21 mercados, incluindo o Brasil, para entender as dez principais tendências de Recursos Humanos e aquisição de talentos.

Divididas em três pilares estratégicos, o destaque está para a era da inteligência artificial, que está remodelando organizações, mercados e economias. A pesquisa apontou que 76% dos entrevistados acreditam que a Inteligência Artificial pode melhorar significativamente como as empresas gerenciam os talentos, ajudando a identificar oportunidades de mobilidade interna de maneira eficaz, e é capaz de encontrar necessidades e lacunas no quadro de colaboradores.

Além da IA, o estudo também evidenciou outros dois pilares: a revolução dos talentos está em constante ascensão e seu impacto vai além das habilidades, e investimentos em experiência de colaboradores e cultura organizacional.

"A edição deste ano do estudo revela que 61% das empresas estão ampliando os orçamentos destinados à análise preditiva e 65% estão expandindo os orçamentos para IA, o que mostra como os líderes e as empresas estão se adaptando à rápida transformação digital, impulsionando o potencial da tecnologia, dos dados e das pessoas, que estão no centro do seu negócio. O levantamento mostra, também, como as empresas estão construindo uma força de trabalho qualificada, especializada e de uma forma que seja sustentável atingirem seus objetivos no médio e longo prazo", diz Diogo Forghieri, diretor de Talent Solutions da Randstad Brasil.

Inteligência Artificial

A era da inteligência artificial e humana – atuando juntas foi o principal pilar do estudo, revelando que a IA já criou grandes oportunidades para as organizações aumentarem seu valor, e que é uma estratégia eficaz para o gerenciamento de dados de RH, sendo capaz de analisar enormes conjuntos de informações, incluindo fatores como remuneração, comprometimento e conjuntos de habilidades, bem como automatizar processos para promover ações que melhorem os resultados.

Prova disso, é que 97% das empresas afirmaram que a adoção da tecnologia aumentou a atração, o comprometimento e a retenção de talentos neste ano – um aumento de 8% desde 2023, revelando uma mudança fundamental no paradigma da gestão de talentos, onde a sinergia entre humanos e tecnologia se torna cada vez mais essencial para o sucesso organizacional.

Os dados revelam ainda que os investimentos em IA e automação têm gerado diversos benefícios tangíveis, como aprimoramento da eficiência e consistência nos processos (mencionado por 33% dos entrevistados), automatização do fluxo de trabalho (31%), aumento da capacidade de expansão dos negócios (30%), direcionamento dos colaboradores para projetos estratégicos (30%) e identificação de funcionários com habilidades específicas (30%).

Por outro lado, apesar do otimismo em relação à Inteligência Artificial, o estudo também revelou que ainda existem preocupações entre os líderes. Cerca de 56% expressam inquietação de que a transformação digital esteja ocorrendo em um ritmo acelerado demais, resultando em dificuldades para acompanhar a rápida adoção de tecnologia.

Adicionalmente, para mais de um terço desses líderes (34%), a redução do componente humano nos processos é a principal preocupação ao adotar IA, seguida pela apreensão quanto à possibilidade de alimentar preconceitos, ou pelo receio de que a tecnologia seja empregada de maneira irresponsável, injusta ou antiética.

Habilidades

O segundo pilar, denominado 'a revolução dos talentos está em constante ascensão e seu impacto vai além das habilidades', mostra que os dois principais desafios que os líderes de talentos preveem enfrentar daqui para frente estão voltados para skills: aumento da concorrência por competências difíceis de encontrar (34%) e a crescente escassez de habilidades especializadas (32%). Por isso, o estudo revela que, ao avaliar candidatos, as prioridades dos líderes estão centradas em habilidades: potencial de aprendizado e desenvolvimento (83%), características intelectuais ou de personalidade (80%), e as motivações e aspirações pessoais relevantes para os cargos (80%).

Cultura

O último pilar, que se define por 'investir na experiência dos colaboradores e na cultura geram frutos', engloba quatro tendências sobre o tema, e mostra a importância do olhar atento dos empregadores nos desafios culturais. Um em cada quatro entrevistados expressa o desejo de investir mais na comunicação dos valores essenciais da empresa e na proposta de valor oferecida aos colaboradores.

Essa meta ocupa a segunda posição na lista de prioridades das empresas, logo após as iniciativas de qualificação (30%). Em seguida, 22% reconhecem a necessidade de promover uma cultura que priorize o bem-estar pessoal – inclusive, 46% afirmaram que continuarão a dedicar a mesma atenção e recursos para implementar o trabalho híbrido e remoto no próximo ano e 42% esperam focar muito mais nessa área do que antes.

"Diversas tendências emergentes convergem rapidamente para mudar a maneira como os talentos enxergam o trabalho e o desempenham. A flexibilidade no trabalho, a crescente lacuna de habilidades, os profissionais de diversas gerações e, agora, a evolução da Inteligência Artificial. Conforme as empresas aprimoram sua capacidade de identificar e engajar profissionais com as habilidades adequadas, elas se posicionam de maneira mais sólida para lidar com os desafios recorrentes da escassez. Além disso, mantêm a cultura organizacional fluida e adaptável às mudanças do mercado e às percepções dos talentos", conclui Diogo.

Dez tendências apontadas pelo Talent Trends

1. A IA redefine como o trabalho é realizado;
2. A tecnologia coloca a aquisição de talentos no centro de toda a estratégia de talentos;
3. A gestão de talentos avança com o poder da IA e dos dados;
4. A IA impulsiona o potencial humano e democratiza a mobilidade interna de talentos;
5. As competências e motivações essenciais surgem como critérios obrigatórios
6. Líderes de capital humano causam impacto para o negócio;
7. A revolução do trabalho híbrido continua sendo vantajosa;
8. A cultura se torna a grande motivadora para os talentos;
9. A diversidade cresce apesar das adversidades;
10. É possível vencer a batalha da produtividade por meio do potencial humano.

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