O Facebook fez a sua defesa por escrito dos processos abertos por investidores prejudicados pelos problemas técnicos que mancharam a oferta pública inicial de ações (IPO) da rede social, em 18 de maio, o que levou alguns deles a perder dezenas de milhões de dólares. A resposta pública foi protocolada na Corte Federal de Nova York e é endereçada às mais de 40 pendências judiciais relacionadas ao episódio.
No documento de 24 páginas, ao qual o All Things Digital teve acesso, a empresa alega que não fez nada de errado em relação a todos os procedimentos, anteriores e posteriores, ao IPO. Após o início do pregão, quando as ações operaram em queda de mais de 25%, a plataforma social garantiu que agiu corretamente. O Facebook também culpa a bolsa eletrônica Nasdaq por deficiências na operação, destacando “problemas técnicos e outros erros relacionados à negociação da ações – os quais a Nasdaq admitiu –, que acabram gerando incertezas e causaram perdas aos investidores”. Uma grande parte da argumentação discorre detalhadamente sobre supostas falhas na bolsa durante a estreia dos papéis.
O Facebook contesta versões de que uma das atualizações do S-1, principal formulário da Security Exchange Commission (SEC), órgão regulador do mercado de capitais nos Estados Unidos, teria trazido à tona as dificuldades que a empresa vem enfrentando para monetizar os acessos móveis à rede social. “A acusação confia fortemente em artigos publicados após o IPO para suas alegações, mas ignoram que o Facebook seguiu todas as práticas e não violou nenhuma regra”, diz no documento.
Por fim, uma das questões trazidas pelos autores das ações foi que o Facebook reduziu a previsão de receita para 2012 logo após esta atualização. Na sequência, a companhia teria fornecido algumas informações privilegiadas a um pequeno grupo de investidores, prejudicando os demais acionistas, que não tomaram conhecimento de questões estratégicas. Quanto a isso, o Facebook reforça que não é obrigado a revelar nada além do que é estabelecido pelo formulário S-1. “A SEC negou amenizar as regras de ‘requerer projeções ou outras informações a serem incluídas nos documentos de registro para IPO’”, sugerindo que todos os dados publicados em suas atualizações foram informações mais que necessárias para cálculos de risco.
Procurada pelo jornal, a Nasdaq não respondeu às solicitações para comentar o caso.