O mercado brasileiro de geotecnologia cresceu 10% entre 2006 e 2007 e a expectativa é que alcance de 20% a 25% neste ano, totalizando R$ 619 milhões, de acordo com pesquisa realizada pela Intare Consultoria em Gestão da Informação, a qual procura traçar um panorama com as tendências, desafios e números do setor. Segundo a consultoria, esses números englobam apenas os segmentos de dados, softwares e serviços, mas, de acordo com José Danghesi, diretor do GeoSummit Latin America, se forem incluídos desde os fabricantes até os prestadores de serviços e os desenvolvedores da tecnologia, o mercado deve ultrapassar R$ 1 bilhão neste ano.
De acordo com Iara Mussi Félix, consultora responsável pela pesquisa, o mercado brasileiro de geotecnologia é extremamente promissor e tende a crescer ainda mais, uma vez que os investimentos do segmento geoespacial, como componente da evolução das tecnologias e o desenvolvimento da internet e as funcionalidades GIS (sistemas de informação geográfica) na web 2.0, potencializam o número de aplicações e usuários, provedores e consumidores da informação geográfica.
"Há ainda uma demanda corporativa por dados e informações detalhados e atuais, em interface com o mercado de TI, para um melhor planejamento, soluções e desempenho das empresas e órgãos dos segmentos de óleo e gás, mineração, agricultura, educação, telecomunicações, meio ambiente, finanças, governo, utilities e serviços", disse Iara.
Ainda segundo a consultora, o principal desafio do mercado de geotecnologia é a velocidade de tráfego de dados e informações na internet. Gilberto Câmara, diretor-executivo do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), acrescentou ainda a falta de estruturação nacional dos dados geoespaciais na lista.
Em relação ao setor de rastreamento e monitoramento, Cyro Buonavoglia, presidente da Gristec (Associação Brasileira das Empresas de Gerenciamento de Riscos e Tecnologias de Monitoramento e Rastreamento), afirma que hoje existem cerca de cem empresas, que representam 95% do mercado. Segundo a entidade, mais de 200 mil veículos de transporte de carga – cerca de 15% da frota nacional de caminhões – possuem sistema de rastreamento, enquanto que o número de veículos de passeio rastreado ultrapassa 1 milhão de unidades.
Buonavoglia observou ainda que o segmento de GPS, aliado ao gerenciamento de risco, recebeu grandes avanços tecnológicos nos últimos dois anos. "Atualmente o índice de recuperação de veículos rastreados que foram roubados ou furtados está acima de 85%", finalizou.
Segundo ele, o GPS também tem sido um recurso incorporado aos celulares de terceira geração (3G), fazendo com que praticamente todos os aparelhos já saíam de fábrica com o localizador. No mundo já são aproximadamente 200 milhões de celulares com GPS. Além da navegação, orientação e localização com o GPS, é possível captar dados no campo e disponibilizar imediatamente na internet.
A pesquisa foi divulgada durante a coletiva de imprensa do GeoSummit Latin America (9º Congresso e Feira Internacional de Geoinformação) e da ExpoGPS (1° Feira e Congresso Latino-Americano de Localização e Rastreamento), que começaram nesta terça-feira (15/7) e vão até o próximo dia 17, em São Paulo.