Investimento em pesquisa e desenvolvimento cai entre empresas brasileiras de TI

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Em um cenário de crise econômica, é natural que as empresas reduzam investimentos. No caso das companhias brasileiras de TI a área afetada neste ano foi a de pesquisa e desenvolvimento (P&D). A conclusão está na edição 2014 do Censo realizado pela Federação das Associações das Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação (Assespro Nacional).

No total, 22,4% das empresas brasileiras não realizam qualquer tipo de aporte em P&D. O índice subiu quase três pontos percentuais na comparação com 2013. Além disso, 4,4% dos entrevistados não souberam responder se realizaram algum investimento na área.

"A área de P&D não oferece benefícios no curto prazo para as organizações e muitas vezes acaba esquecida pelos empresários. É um fato preocupante, pois mostra que as companhias brasileiras não investem justamente na categoria mais indicada para driblar a crise econômica", comenta Luis Mario Luchetta, presidente da Assespro Nacional.

P&D é considerada uma área essencial por permitir aos profissionais e corporações um maior conhecimento no desenvolvimento de novas aplicações, como produtos ou processos aprimorados. Em um cenário de instabilidade econômica, são novidades lançadas ao mercado que podem gerar as melhores oportunidades para novos negócios.

Das empresas nacionais que realizam algum tipo de investimento em P&D, 12,9% destinam entre 4% e 8% do faturamento para a área — o maior índice do Censo. Outro destaque é o aumento das empresas que investem mais de 15% das receitas para produzir conhecimento. Agora, são 9,7% dos entrevistados, dois pontos percentuais acima, em relação à 2013.

O Censo 2014 da Assespro mapeia o setor de TI na América Latina. Nesta edição, 814 empresas de 19 países participaram do estudo, gerando uma base de dados com pouco mais de 80 mil respostas. As companhias brasileiras correspondem a 53% do total.

Comparação com a América Latina

As organizações brasileiras também estão atrás da concorrência na América Latina. Mesmo em menor número no continente, as companhias da região investem mais em pesquisa e desenvolvimento.

Apenas 16,1% não realizam qualquer aporte na área, o que mostra a preocupação em se manter atualizado com o mercado. Diferentemente do Brasil, as empresas dos 18 países analisados preferem destinar pouco recurso na área – 33,2% investem até 2% do faturamento.

Na hora de investir, a preferência é por aplicações de sistemas de informação. A categoria envolve sistemas de processamento de informações, controle de processos, sistemas de computação, entre outros, e corresponde a 38% dos entrevistados.

Depois, aparece a área de criação e gerenciamento de softwares (que envolve todo o processo de design e desenvolvimento de programas), com 29,3%. Em terceiro, tem sistemas de informação em world wide web, com 25,6%.

Participação de novos produtos

A falta de investimento em P&D faz com que os novos produtos criados pelas empresas brasileiras não tenham a representatividade necessária no faturamento total. O índice das empresas que conseguem mais de 50% das vendas com soluções com menos de três anos de desenvolvimento caiu dez pontos percentuais entre 2013 e 2014. Atualmente, corresponde a 18,4% das corporações nacionais – a variação é a mesma na comparação com a América Latina.

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