A realidade imposta pelo novo coronavírus trouxe inúmeros desafios para o varejo físico, que hoje precisa oferecer aos funcionários e clientes um ambiente seguro contra a disseminação do vírus. Nos locais onde a abertura das lojas foi permitida, o varejista precisa seguir uma série de normas de higiene para manter o ambiente livre do vírus. Nestes locais onde a aglomeração sempre foi algo tão comum, hoje é exigido o controle do fluxo de clientes.
Para aplicar a regra, as lojas utilizam a equipe de trabalho no controle de entrada e saída de clientes, sobrecarregando os profissionais e desviando-os de sua função. Esse controle é ainda mais importante nos grandes varejos, com capacidade para receber dezenas ou centenas de clientes. Somando os funcionários necessários para atender a demanda diária, o relaxamento no controle torna o ambiente mais propício para disseminação do vírus.
Para as micro e pequenas empresas o retorno às atividades é essencial para sobrevivência do negócio, e assim, também deve ser a preocupação com a saúde das pessoas. Enquanto estudos mais determinantes ainda são conduzidos por empresas e profissionais de saúde sobre a cura e o combate ao Covid-19, o fator "controle de higiene" é determinante para os consumidores se sentirem mais seguros na hora de escolher onde fazer as compras.
Como a IoT pode ajudar o varejo
Além das medidas de desinfecção do estabelecimento e disponibilidade de produtos para a higienização das mãos, o varejo pode utilizar a tecnologia como aliada. Para dar mais segurança e transparência no controle de acesso de clientes, sensores instalados na entrada da loja fazem a contagem daqueles que permanecem dentro dos estabelecimentos. A tecnologia torna o processo mais rápido e preciso, controlando ao mesmo tempo todos os acessos. Clientes podem acompanhar o fluxo através de painéis eletrônicos e a equipe de segurança recebe as informações em tempo real, por meio de dispositivos móveis como tablets e smartphones.
Com um sistema de controle e informação integrado e autônomo o varejista ganha mais poder para as tomadas de decisões que tenham impacto na rotina diária. Os dados colhidos pelos sensores geram informações como: os dias e horários com maior número de visitas, o momento ideal para reforçar o atendimento ou o trabalho no estoque.
Sistemas diferentes que oferecem este tipo de solução estão sendo desenvolvidos ou já se encontram no mercado. Esta medida de segurança para o bom funcionamento do setor varejista – que no Brasil é composto por mais de quatro milhões de negócios – oferece aos consumidores maior segurança e evita grandes aglomerações, principalmente em shoppings.
Os dados também devem ajudar os governos que podem avaliar o comportamento das pessoas durante a pandemia e assim elaborar medidas de segurança que possam contribuir para o funcionamento do comércio.
Paulo José Spaccaquerche, presidente da ABINC.