O recente estudo do Boston Consulting Group (BCG), intitulado "AI at Work 2024: Friend and Foe", mostra que o sentimento de confiança em relação a GenAI no trabalho aumentou 16 pontos percentuais (p.p.) entre 2023 e 2024, passando de 26% para 42%. Dentre os países analisados, o Brasil é um dos mais confiantes (52%), ficando atrás apenas da Índia (54%). Entre os setores, o que apresenta maior confiança é o de tecnologia, mídia e telecomunicações (45%).
O estudo investigou o impacto da inteligência artificial generativa (GenAI) no ambiente de trabalho. Com base na análise de 15 mercados, incluindo o Brasil, e nas respostas de mais de 13 mil entrevistados – abrangendo desde líderes executivos a funcionários da linha de frente que não ocupam cargos de gestão –, o levantamento oferece uma visão detalhada de como diferentes regiões e setores estão adotando e se adaptando às tecnologias de IA.
A taxa de ansiedade sobre as tecnologias também cresceu entre o ano passado e este ano, mas de forma menos expressiva (5 p.p.), passando de 12% para 18%. Entre as localidades mais ansiosas em relação a GenAI no trabalho estão: Japão (28%), Estados Unidos (23%), Bélgica (21%), Brasil (19%) e Holanda (19%). Já os resultados por segmento indicam que saúde e consumo são os que se destacam com maior ansiedade (20%).
Segundo os dados do BCG, a confiança é maior entre os líderes (50%), enquanto a ansiedade se sobressai nos funcionários da linha de frente (22%). O relatório revela ainda que quanto mais as pessoas utilizam, mais confiantes e menos ansiosas elas ficam em relação às tecnologias, tendo em vista que a taxa de confiança entre as pessoas que a usam regularmente é de 49% enquanto o nível de ansiedade é de 15%, diferente dos não usuários, que apresentam apenas 20% de confiança e 19% de ansiedade.
"Por meio do estudo, vimos que a GenAI está proporcionando benefícios significativos no ambiente de trabalho. Inclusive, 58% das pessoas que usam as tecnologias profissionalmente acreditam que ela poupa cinco horas ou mais na semana", afirma Henrique Sinatura, diretor executivo e sócio do BCG.
Entre os brasileiros, 89% relatam que as tecnologias ajudaram a economizar tempo em suas tarefas diárias e 85% acreditam que a GenAI transformará significativamente seus empregos nos próximos 10 anos, sinalizando um impacto positivo em termos de eficiência e produtividade. No entanto, 33% acreditam que suas funções podem não existir na próxima década.
Entre as preocupações geradas pela GenAI, líderes indicam o custo de implementação e funcionários da linha de frente mencionam treinamento. No Brasil, 26% dos colaboradores de linha de frente utilizam regularmente as tecnologias em suas tarefas diárias, mas apenas 9% receberam treinamento específico para isso. Em contraste, 46% dos líderes empresariais foram orientados sobre a implantação e utilização das ferramentas.
"Os sentimentos opostos com relação à tecnologia não são surpreendentes. Agora é o momento para as organizações reforçarem seu compromisso com a transformação baseada em GenAI e de remodelarem suas atividades e modelos operacionais", finaliza Sinatura.