Você realmente tem FinOps na sua empresa?

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O que eu mais gosto de fazer no trabalho é interagir com clientes. Conhecer profissionais de TI, outras estruturas, acompanhar jornadas, aprender, ensinar e ajudar. São centenas de reuniões formais por ano e incontáveis chats e eventos. Não canso disso, pelo contrário, eu nunca gostei tanto e nem me senti tão útil nesta posição.

Um dos assuntos que mais falamos há anos é FinOps. Ouço coisas como, "estamos rodando um FinOps aqui", ou "contratamos uma pessoa de FinOps", ou ainda, "estamos comprando uma ferramenta de FinOps". Mas FinOps não é nada disso. A palavra entrou naquele ponto de uso banalizado em que não significa mais o que deveria.

FinOps, na sua definição e bom emprego, é ter uma operação de custos. Se preferir, sustentação ou gestão de custos. É um tema que se tornou essencial há uns 10 anos, quando os primeiros sistemas em cloud computing começaram a expor o grande desafio: o desperdício é inerente à tecnologia cloud.

Entregamos centenas de análises de FinOps. Muitos clientes contam conosco, diversos deles há anos para gestão de custos e, também, de outros temas de gestão em cloud. Além disso, somos parceiros dos principais provedores do mundo de cloud e ferramentas em geral. E o que eu posso compartilhar sobre FinOps é:

FinOps não é uma ferramenta. As ferramentas disponíveis são, claramente, apenas ferramentas. O uso das ferramentas requer especialistas para se entregar um custo sob controle.

FinOps não é uma foto: é um filme. Não adianta investir em análises pontuais. E mais, fazer apenas análise periódicas não resolve: é preciso criar uma governança de custos.

FinOps não se resolve com um especialista em finanças, em arquitetura, em produtos de cloud ou em performance. FinOps requer todos estes especialistas trabalhando juntos para criar os processos que vão garantir custos sob controle.

FinOps não é "reservar" (contratar recursos de cloud por períodos longos, tipicamente um ou três anos). Reservas e outras opções neste sentido são apenas formas mais baratas – e nem sempre convenientes – de se contratar recursos de cloud.  Somente se deve tratar deste tema após ter aplicado todas as opções, políticas e processos de FinOps.

FinOps não é algo separado da sustentação. De fato, é um dos pilares da sustentação. E leva em consideração a eficiência operacional, projeções de evolução do ambiente, contratos já firmados ou a firmar com provedores etc.

E, afinal, o que é FinOps.

FinOps é essencial para tecnologias ditas digitais. Em ambientes on-premise, o importante é ter controle do uso por unidade de negócio e não necessariamente economizar o recurso, já que o investimento já foi feito, adquirindo servidores, armazenamento, software etc. Em cloud, os recursos literalmente proliferam à medida que o ambiente evolui. E isso significa, em geral, a criação de recursos novos, automaticamente na maioria dos casos – o que não é ruim, mas é claro que gera custos muitas vezes em excesso.

FinOps é uma governança multidisciplinar. É um processo que faz parte da sustentação e requer várias especialidades, informação, ferramentas e base de conhecimento.

FinOps se faz olhando para o presente e o futuro, porém com a experiência adquirida. Conhecer o comportamento passado, entender como o ambiente se comporta e imaginar as projeções futuras traz elementos importantes para se fazer um FinOps realmente eficiente. E é por isso que Generative AI (GenAI) está revolucionando FinOps.

Utilizar cloud sem FinOps é possível, mas não é desejável. Cloud requer uma gestão firme, especialmente em custos. Não gerir significa correr riscos. De acordo com análises em grandes provedores, há um desperdício médio no mundo de 35% no uso de cloud. Ou seja, se você não tem FinOps, faz parte dessa estatística. Ou melhor, num mundo onde cada vez mais empresas estão fazendo uma rigorosa gestão de custos, significa que você possivelmente está desperdiçando ainda mais.

FinOps é importante para todas as empresas que consomem cloud. Se não tem, invista nisso; se já tiver, reflita se está seguindo como apresentei aqui.

Maurício Fernandes, CEO e fundador da Dedalus.

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