O projeto São Paulo digital, elaborado pelo ITS-Instituto de Tecnologia de Software de São Paulo, que defende a criação de um pólo tecnológico multimídia na região central da capital paulista, está mais próximo de se concretizar. Pelo menos essa é a avaliação do instituto com a entrega, no início deste mês, da versão atualizada do projeto à Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia e Desenvolvimento Econômico.
O projeto deve ganhar mais força ainda, na visão do diretor do ITS, José Vidal Bellinetti ? também coordenador e um dos seus idealizadores ? com o encaminhamento pela Prefeitura de São Paulo à Câmara Municipal, no dia 14 de setembro, de projeto de lei que define incentivos fiscais e de investimentos para o programa de recuperação da região central da cidade, conhecida como Cracolândia.
Pela proposta do ITS, as áreas contempladas seriam principalmente a região da Santa Efigênia, no eixo de ligação entre a Sala São Paulo e a Estação da Luz, ancorado nas intervenções culturais já realizadas e que compreende Sala São Paulo, Estação Pinacoteca, Centro de Estudos Musicais Tom Jobim (no antigo Hotel Piratininga), Estação da Luz e Pinacoteca do Estado.
Entre os objetivos do projeto, segundo Bellinetti, destacam-se a criação de um espaço urbano com grande potencial para atração de novos investimentos, reunindo empreendimentos de natureza pública e privada dentro de uma região com regime fiscal diferenciado; a promoção do desenvolvimento do segmento de tecnologia da informação, através da geração de um pólo de desenvolvimento na região Central da cidade; e a estruturação do setor de desenvolvimento de software de São Paulo no formato de Arranjo Produtivo de Tecnologia da Informação e Comunicação, integrando-o à política nacional de APLs, com resgate do interesse das empresas pela região, em especial as de tecnologia.
Elaborado com base em uma primeira versão feita em 2001, pelo próprio ITS, o projeto conta com o apoio de seus fundadores e de uma rede de parceiros, tais como Câmara de TI&C-SP, Abes, Seprosp, Sucesu, SCTDE?SP, Sub-Prefeitura da Sé, Emurb e Viva o Centro, e se insere na luta pela revitalização do Centro de São Paulo.
A proposta de criação de uma área diferenciada, explica Bellinetti, é torná-la referência da competência de São Paulo como capital digital. ?Ela não pretende esgotar em si todos os recursos da ampla rede digital e do conhecimento já instada na malha urbana da cidade e mesmo do Estado, mas deve trabalhar em cooperação com todas as demais propostas de criação de ambientes urbanos de inovação em São Paulo.?
Bellinetti adianta que o São Paulo Centro Digital espera firmar parcerias com os governos do município e do estado e com a iniciativa privada para oferecer estímulos às empresas de tecnologia que se instalarem na região delimitada como um distrito urbano de regime diferenciado, que inclua a região vizinha à Estação da Luz, Sala São Paulo e Santa Efigênia. ?Os incentivos devem propiciar redução significativa do Imposto sobre Serviços (ISS), Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU)?, finaliza Bellinetti.