Dois anos depois de ter recusado a oferta de compra de US$ 47,5 bilhões feita pela Microsoft, o Yahoo voltou a ser procurado por interessados na aquisição do portal de internet, mesmo a empresa tendo declarado que não está à venda e que o foco agora são a melhoria de seu sistema de anúncios e a estabilidade dos executivos, após a demissão, por telefone, de Carol Bartz, que ocupava o cargo de CEO da companhia. Os rumores vieram de pessoas ligadas às conversações ouvidas pelo The Wall Street Journal.
Segundo as fontes, executivos do fundo de investimentos Silver Lake teriam convidado a diretoria do Yahoo para uma reunião na qual discutiram a possibilidade de acordo de compra, mas a gigante de internet sequer compareceu ao encontro. Elas disseram que a ausência do Yahoo na reunião sinaliza que a empresa não está sob pressão para vender seus ativos. Procuradas pelo jornal, as empresas não quiseram comentar o assunto.
Em reunião do board do Yahoo na quarta-feira, 14, os diretores dicutiram as operações internas sob a gestão do CEO interino, Tim Morse, que assumiu o comando no lugar Carol Bartz. Segundo as mesmas fontes, nenhuma decisão sobre o futuro da companhia foi tomada, embora os diretores também tenham discutido a possibilidade de mudar a base de investidores da companhia ou fazer aquisições estratégicas. Uma questão bastante debatida foram as participações do Yahoo em empresas asiáticas – 40% do grupo chinês Alibaba e 35% no Yahoo Japão – que representam de um terço a metade do valor da total empresa, segundo analistas da B Riley & Co. Hoje, o valor de mercado do Yahoo té de cerca de US$ 18 bilhões.
Alguns fundos de investimentos, que estão considerando a compra do portal, disseram que não fariam nenhuma oferta, a menos que os ativos do Yahoo na Ásia sejam vendidos. O comitê de diretores do Yahoo, no entanto, acredita que existem interessados na compra total da empresa, segundo as fontes. Eles também excluíram a possibilidade de uma separação (spin-off) dos ativos asiáticos, sob a alegação de que a Security and Exchange Comission (SEC), órgão regulador do mercado de capitais dos Estados Unidos, poderia se opor. Há, também, fatores que dificultam essas operações, como o pagamento de taxas em consequência de divergências com o Alibaba sobre o valor das ações do Yahoo no grupo chinês.
Nesta semana, o investidor Daniel Loeb, cujo fundo Third Point detém participação de mais de 5% na empresa, continuou a intervir na gestão do Yahoo, pedindo cautela aos diretores. Os executivos, por sua vez, deram demonstrações de que não farão nenhuma tentativa de bloquear a compra de mais papéis da companhia por Loeb, apontam as fontes.