A BEA Systems rejeitou a oferta de aquisição feita na quinta-feira (11/10) pela Oracle, no valor de US$ 6,7 bilhões. O maior acionista da companhia, o investidor Carl Icahn, considerou a proposta baixa demais, mas disse que estava "satisfeito" por a Oracle ter feito a oferta, e pediu que ela aumente o valor, segundo informou o jornal The New York Times.
A Oracle enviou uma carta ao conselho da BEA no dia 9/10 oferecendo US$ 17 por ação em dinheiro. O preço representa um prêmio de 25% sobre o fechamento das ações na quinta-feira. Ocorre que na sexta-feira as ações da BEA subiram quase US$ 5,20, fechando o pregão a US$ 18,82.
"A BEA vale substancialmente mais que o proposto pela Oracle e, principalmente, para os nossos acionistas", disse William M. Klein, vice-presidente de planejamento e desenvolvimento empresarial da BEA, em carta encaminhada ao presidente da Oracle, Charles E. Phillips Jr.
A oferta ocorre poucas semanas depois de Icahn ter aumentado sua participação na BEA, para 13,2%, numa tentativa de forçar a empresa a procurar um comprador. Para ele, a consolidação pela qual passa o setor pode colocar fornecedores como BEA numa situação de desvantagem, e isso pode prejudicar gravemente valor dos papéis dos acionista ? o executivo tem ameaçado desencadear uma luta para ganhar um lugar no conselho da BEA.
Para os analistas, assim como já demonstrou no passado quanto quer uma empresa sobre a qual tem interesse estratégico, a Oracle deve elevar a oferta. Em 2003, ela também fez uma oferta hostil à PeopleSoft, oferecendo US$ 16 por ação. Passou mais de um ano lutando com os órgãos americanos antitruste e, no final, pagou US $ 26 por ação da companhia. Desde então, a empresa gastou mais de US $ 21 bilhões para comprar 33 empresas de software.