Para executivos, crise global não deve afetar negócios da Teradata

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O aprofundamento da crise financeira global ainda não trouxe nenhum impacto para a Teradata, fornecedora de sistemas de data warehouse e solucoes analiticas. Ao menos e isso o que garante o vice-presidente de Cross Industry Solutions da companhia, Ron Swift, que, ao contrário, vê no cenario atual a possibilidade de abertura de inúmeras oportunidades para a empresa, embora reconheçaa que ele traz muitas ameaças.

Em entrevista a reportagem de TI INSIDE Online, durante o Teradata Partners User Group Conference, evento anual que reúne clientes e parceiros e que acontece até esta quinta-feira 16, em Las Vegas, o executivo afirmou que o colapso do sistema financeiro norte-americano, o estopim da crise, até agora não resultou na redução ou cancelamento de pedidos, como já ocorre com outras empresas do setor.

Uma das razões apontados pelo executivo é o fato de a Teradata não ter em sua carteira nenhum dos bancos que quebraram, como o Lehman Brothers, ou que estiveram sob o risco de insolvência, como o Merrill Lynch, vendido para o Bank of America, ou a AIG, gigante da área de seguros, que obteve o socorro do governo norte-americano.

Segundo ele, em momentos de crise como o atual aumenta o interesse de bancos e das empresas em geral por soluções analíticas. Embora tenha enfatizado que o episódio de quebradeira não terá qualquer impacto sobre a Teradata, Swift se disse preocupado com os desdobramentos da crise no setor bancário e instituições financeiras em todo o mundo, em especial nos Estados Unidos, já que boa parte das receitas da empresa são provenientes do segmento de serviços financeiros.

No caso específico do Brasil, a diretora geral da Teradata, Katia Vaskys, diz que esse segmento tem até mesmo surpreendido. Embora admita que exista a tendência de redução de orçamentos com a crise, ela observa que esse é justamente o momento que as empresas mais necessitam de soluções analíticas para a tomada de decisão, seja para a gestão dos riscos de crédito como de mercado. "Além disso, no caso dos serviços, é preciso observar que os preços no Brasil sâo praticados em reais. Por isso, nossa visão que a crise não deve atrapalhar os negócios. O que pode, sim, ter um impacto e a reduçâo dos investimentos", diz a executiva, ao citar entre os clientes da área de finanças o Wachovia, o Bank of America e o Royal Bank of Canada. Na América Latina, embora não divulgue oficialmente, a Teradata tem como clientes o Bradesco, no Brasil e o Banco de Crédito BCP, no Perú, entre outros.

De acordo com Katia, o que tem impulsionado a demanda por sistemas analíticos no Brasil são as normas regulatórias nacionais como a portabilidade numérica na área de telefonia, implantada pela Anatel, e internacionais, como o acordo Basiléia 2, que regulamenta a internacionalização da atividade bancária, em especial nas áreas de gerenciamento de risco, supervisão bancária e mercado financeiro. "A área de serviços profissionais deve crescer bastante nas empresas, mais em decorrência da necessidade de gestão de dados do que pela tecnologia em si. Agora que as empresas estão terminado seus projetos da chamada segunda onda do ERP. E isso deve impulsionar a demanda por soluçôes analíticas e de data warehouse", avalia.

Aposta na demanda aquecida

De fato, a se tomar por base os novos anúncios feitos pela Teradata em seu evento, a empresa aposta firmimente nisso. Daí, talvez, o fato de ter esperado quase um ano, desde que concluiu o processo de separação (spin off) da NCR, no início de outubro do ano passado, para fazer um lançamento de peso, ou melhor, dois.

Um deles, foi o do banco de dados Teradata 13.0, o primeiro com capacidade de armazenamento virtual e concebido, segundo a empresa, com uma nova classe de extração de dados. Para acelerar a velocidade de extração de dados e simplificar as funcionalidades, o novo banco de dados incorporou 75 novas funcionalidades para data warehousing, o que, segundo garante a fabricante, proporciona uma melhoria de desempenho de até 30%.

A versão beta do Teradata 13.0 deve sair ainda neste trimestre e o pacote completo, somente a partir do segundo trimestre de 2009.

O outro anúncio, este com disponibilidade imediata, foi o Teradata Extreme 1550, um appliance de armazenamento de dados que pode ser configurado em grids para processamento paralelo massivo e capaz de armazenar até 50 petabytes de dados, de acordo com a empresa. Ainda segundo a Teradata, o appliance (sistema composto por hardware e software) será posicinado como uma plataforma analítica para médias e grandes empresas, voltada para grupos departamentais.

O anúncio dessa plataforma, surge menos de um mês após a Oracle ter divulgado sua entrada no mercado de hardware por meio de uma parceria com a HP, e que recebeu o nome de HP Oracle Database Machine. A HP vai vender servidores com software de banco de dados Oracle já instalado (veja mais informacoes em "links relacionados" abaixo). A disputa promete.

O jornalista viajou a Las Vegas a convite da Teradata.

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