Robotização de atividades físicas, como por exemplo as grandes máquinas que executam tarefas de vários operadores humanos dentro das indústrias; robotização mental, como os chatbots, programas de computador que simulam um ser humano numa conversação com as pessoas; inteligências artificiais fracas, que respondem a comandos pré estabelecidos através de algoritmos e processamento de dados; inteligência artificial forte, uma espécie de autoconsciência ou autonomia para se programar, tirar conclusões, decidir, etc.
Em todas as áreas, sem exceção, há interferência ou auxilio (como prefiro chamar) das tecnologias. E como não poderia ser diferente, elas também estão presentes na botânica, zoologia e na microbiologia, ou seja, em praticamente tudo que é orgânico e tem vida na face da terra, e claro, isso inclui os seres humanos.
A partir do momento que o homem desenvolve ferramentas e mecanismos que potencializam suas capacidades físicas ou mentais, é natural que algumas tarefas são deixadas de lado, e até mesmo se extinguem do cotidiano até então humano. Um exemplo bem simples é o uso que se fazia da memória para decorar números de telefones ou fazer contas matemáticas. Como é perceptível, isso quase não acontece mais.
Dentro deste contexto é possível concluir que dificilmente as coisas serão como antes, como diz Einstein "A mente que se abre a uma nova ideia jamais voltará ao seu tamanho original". Ninguém mais comprará um televisor que não tenha conexão com a internet, ou, se mudará para uma casa que não tenha energia.
Nesse cenário podemos perceber que quanto mais surgem facilidades tecnológicas, mais aumenta o desuso de algumas capacidades humanas. Para agravar essa disparidade, o período de espaço de tempo entre as inovações atuais é bem mais curto que as do século passado, levando a um distanciamento ainda mais rápido.
E é justamente esse desequilíbrio que provoca uma grande insegurança para muitos, seja por motivo de medo de perder seu emprego ou função ou de não acreditar que as tecnologias possam ser tão eficientes.
Talvez estejamos vivendo um momento de mudança de nível das nossas capacidades físicas e mentais. Devemos compreender que esse tipo de evolução é irreversível, além de rápida. Que o desconhecido pode ser apenas o imperceptível e estamos nos negando a enxergá-lo.
Fala-se hoje em processamento quântico. Não é difícil portanto considerar dividirmos em breve nossas vidas com máquinas inteligentes e autossuficientes, mas sobreviverão aos fortes impactos decorrentes dessa transformação aqueles que estiverem preparados para mudança de nível.
Cassio Betine, graduado em Desenho Industrial e Artes Visuais. Pós Graduado em Tecnologias na Aprendizagem; Fundador da IntecBirigui (Incubadora de base tecnológica de Birigui-SP) e da f7digitall Tecnologia & Negócios; Head do Ecossistema regional de Startups; Coordenador de Meetups Tecnológicos regionais; Sócio de 2 startups; Coordenador e mentor de StartupWeekend; Pilot do Walking Together.