À parte do alvoroço instaurado em todo o mundo sobre a evolução da inteligência artificial e dos inúmeros debates sobre seu impacto na mão de obra e no mundo dos negócios, diferentes setores da economia passaram a estudar como ela pode impulsionar produtividade e resultados. E, hoje, temos observado a aplicação desta inovação no dia a dia de empresas em todo o mundo. Certamente, a tendência é que nos próximos anos esse assunto continue em alta.
No entanto, usar tecnologia para aprimorar a gestão dos negócios não é uma novidade. Há muito tempo o ERP já tem por premissa trazer mais produtividade para a gestão de uma empresa. Mas, claro, sempre há espaço para evoluir. Por que não unir então essas tecnologias para extrair o que de melhor para trazer mais inteligência à estratégia das empresas?
Seguindo esta linha de raciocínio, uma das grandes tendências que observo é a integração da IA ao ERP, de modo a extrair informações mais qualitativas e dinâmicas em cima de dados estáticos que hoje as empresas já têm acesso. Isso porque a inteligência artificial consegue ler e analisar um alto volume de informações, gerando insights, alertas, previsões, relatórios e dashboards conforme a configuração e parametrização adotada.
Nas empresas que já possuem a gestão automatizada, os processos devem ficar ainda mais simples e produtivos, porque a IA pode ser utilizada em diferentes áreas. Quando aplicada à gestão de estoque e à cadeia de suprimentos, por exemplo, é capaz de observar tendências e gerar previsões, proporcionando uma visibilidade antecipada da reposição de produtos, mitigando possíveis rupturas. Em paralelo, essa tecnologia pode indicar necessidades de reposição de estoque com melhor preço e prazo de entrega, amenizando desperdícios e custos desnecessários.
Em relação à gestão contábil e financeira, a IA pode localizar registros sem movimentação correspondente e sugerir qual pode ser a origem, facilitando a correção e tornando a contabilidade mais ágil e produtiva. Tudo isso enquanto também gera insights valiosos a partir da análise do fluxo de caixa, sobre a disponibilidade financeira, apoiando a tomada de decisão junto às melhores estratégias de negócios.
Muitas empresas já utilizam ERPs vocacionados, que possuem funcionalidades que atendem particularidades dos diferentes setores. No caso da Logística, por exemplo, a inteligência artificial pode gerar indicadores da operação logística, alertando para processos em atraso, melhores horários para realizar determinado abastecimento, otimizando rotas de transporte e outras funções que aumentam a eficiência e reduzem o custo operacional.
Em relação à Indústria, hoje os ERPs já estão integrados a diversas máquinas e equipamentos do chão de fábrica. Com isso, é possível que a IA indique qual melhor rotina para a produção, obtendo um melhor aproveitamento dos equipamentos implementados, assim como pode gerar alertas de manutenção preventiva, a fim de reduzir custos e evitar interrupções não planejadas, minimizando o tempo de inatividade.
Todos os pontos listados acima aumentam a produtividade e a eficiência operacional, proporcionando mais inteligência e agilidade aos processos, possibilitando que os colaboradores se dediquem a outras atividades que agreguem mais valor ao negócio, e que os cargos de liderança obtenham mais informações confiáveis e atualizadas para as tomadas de decisão. O fato é que estamos caminhando para um cenário cada vez mais pautado por dados e digitalização, e urge a necessidade de as empresas aderirem a esta cultura e mentalidade em suas estratégias de curto e longo prazo.
Com a integração dessas tecnologias, ERP+IA, vamos observar empresas ainda mais produtivas, competitivas e com melhores resultados. E agora, sua empresa está preparada para essa evolução?
Marcelo Eduardo Cosentino, vice-presidente de Negócios para Segmentos da TOTVS.