Telefonia móvel responde por US$ 20 bi da economia na AL

0

De acordo com um estudo elaborado pelas empresas de pesquisa Ovum e Indepen para a Associação GSM (GSMA), GSM América Latina e AHCIET, a indústria de telefonia celular está contribuindo para um forte desempenho da economia latino-americana, incentivando o investimento de capital, crescimento, emprego e receitas governamentais.

Nos seis países em que o estudo foi realizado, a indústria de telefonia móvel responde por um total de US$ 20 bilhões da atividade econômica, o equivalente aproximadamente a 1,3% do PIB da região. Ao mesmo tempo, o setor representa uma contribuição de 2,5% dos investimentos realizados. Os dados do estudo também mostram que, somente no ano passado, as operadoras investiram mais de US$ 7 bilhões.

A pesquisa conclui que o setor gera um total de US$ 10 bilhões em receitas derivadas de impostos para os governos do Brasil, Colômbia, Chile, México, Peru e Venezuela, com a criação de 2,3 milhões de postos de trabalho nesses países. ?O setor está dando uma grande contribuição à economia da América Latina, mesmo com a falta de rentabilidade que muitas operadoras móveis na região apresentam?, disse o presidente de assuntos governamentais e de regulamentação da GSMA, Tom Phillips. ?As operadoras móveis estão investindo fortemente em infra-estrutura de redes, estimulando a economia latino-americana e tornando o acesso às telecomunicações mais fácil e amplo para as pessoas da região?.

Outro dado detectado pelo estudo é que as operadoras latino-americanas investiram aproximadamente 23% de seus lucros em despesas de capital nos últimos três anos, o que, em termos de receitas, representa uma proporção muito mais alta do que a observada em outros setores.

Ainda segundo a pesquisa, as empresas estrangeiras estão contribuindo em muito para esses números, no que diz respeito ao incentivo das reservas de capital disponíveis para investimentos em infra-estrutura e com uma atuação importante no crescimento econômico da região nos últimos tempos. ?O estudo demonstra que os serviços móveis são um dos impulsionadores do crescimento dos países latino-americanos e também que representam uma ferramenta poderosa para promover o desenvolvimento e a inclusão social?, disse o presidente da Comissão Móvel AHCIET, Carlos Hirsch.

O relatório mostra a necessidade de reverter os baixos índices de produtividade verificados nos últimos anos na América Latina, e destaca que é consenso crescente que a utilização dos serviços móveis incentiva os níveis de produtividade, contribuindo, conseqüentemente, com o PIB.

O estudo estima que nos casos de países com receitas médias, como os da América Latina, um aumento da ordem de 10% de penetração dos serviços móveis pode representar no crescimento econômico um acréscimo anual de 0,3%.

O uso da tecnologia móvel reduz o tempo de viagens desnecessárias, otimiza a logística, incentiva os pequenos negócios e fornece maior flexibilidade e apoio às pessoas na busca de emprego, o que permite o desenvolvimento de atividades não agrícolas. Na opinião dos autores do estudo, é difícil avaliar de forma precisa o impacto dos ganhos em termos de produtividade na América Latina, mas apontam estimativas que indicam que os serviços móveis geraram em 2004 o equivalente a US$ 30 bilhões de valor para as pessoas residentes nos países em que o estudo foi realizado (Brasil, Chile, Colômbia, México, Peru e Venezuela).

Apesar de todo esse panorama, o uso de celulares na América Latina é ainda relativamente baixo se comparado com outras economias emergentes, inclusive levando-se em conta os diferentes níveis de receitas. A população da região apresenta um consumo médio de apenas 31 minutos/mês, contra 76 minutos/mês no Leste Europeu. ?É preciso que os governos encontrem a melhor forma de aproveitar um dos principais impulsionadores do crescimento, como o são as comunicações móveis, ao mesmo tempo em que a América Latina tenta deixar para trás os problemas econômicos do passado?, disse Oliver Alexander Flögel, chairman da GSM América Latina. ?Este estudo mostra que o setor de telecomunicações móveis tem potencial para dobrar sua contribuição, extraordinária até agora, para a economia latino-americana, mas somente se houver um aumento ainda maior do uso de celulares?.

O estudo sugere que os governos latino-americanos poderiam incentivar o uso de celulares pela eliminação de impostos específicos sobre o setor, muito comuns em toda a região, e propõe que os recursos destinados ao financiamento para o acesso universal aos serviços sejam captados das receitas originadas pelo sistema tributário como um todo, ao invés de serem obtidos da tributação do setor de telecomunicações. A pesquisa destaca a importância da redução de custos dos equipamentos e serviços móveis para os indivíduos e os negócios.

Os governos também poderiam tornar mais eficientes os trâmites relativos à autorização para instalação das estações-base móveis, com a criação de um órgão independente para a resolução de disputas nacionais, sempre que as autoridades locais retardem ou limitem o desenvolvimento de novas estações-base. Tal entidade também poderia ser a responsável por mediar os processos atinentes às estações-base existentes.

Os autores do estudo também recomendam que os governos latino-americanos encorajem investimentos adicionais na indústria móvel, mantendo suas atuais políticas de concorrência baseadas na infra-estrutura, levantando restrições à repatriação de lucros impostas aos investidores estrangeiros através de uma regulamentação clara e consistente, permitindo, dessa forma, que a concorrência entre as operadoras determine o nível de preços.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

This site is protected by reCAPTCHA and the Google Privacy Policy and Terms of Service apply.