O provedor Universo Online (UOL) estréia nesta sexta-feira na Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), com o lançamento de uma oferta inicial de ações (IPO) para a abertura do seu capital, segundo fonte de uma corretora de valores, que pediu para não ser identificada.
A oferta está estimada em cerca de R$ 460 milhões, dos quais 60% serão em colocação primária e 40% em secundária, sendo que desta última 30% referem-se à participação da Portugal Telecom na companhia e outros 70% ao grupo Folha.
A reportagem de TI Inside Online procurou a empresa, que informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que não iria se manifestar sobre o IPO, devido as regras da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que exigem que seja cumprido um 'quiet period', período durante o qual a empresa não pode se manifestar.
De acordo com a fonte da corretora de valores, o UOL deve lançar apenas ações preferenciais no nível 2 da Bovespa, o nível 2 de governança corporativa do Índice de Ações com Governança Corporativa Diferenciada (IGC), que reúne as companhias listadas no novo mercado, nível 1 e nível 2 da Bovespa.
Isso significa que a empresa somente emitirá papéis PN (ações preferenciais). Ainda conforme a mesma fonte, a faixa de preço a ser sugerida para o bookbuilding (sistema que fixa um preço máximo e um preço mínimo para as ordens de compra dos investidores) deve ficar entre R$ 15,00 e R$ 20,00.
O valor de mercado do UOL, que tem mais de 1,4 milhão de assinantes pagos e 7 milhões de visitantes únicos por mês, foi calculado em R$ 1,8 bilhão e a operação engloba 21% de seu capital. No inicio do ano, a empresa, juntamente com a Folha de S.Paulo, passou a integrar a "holding" Folha-UOL S.A. Com a fusão das duas empresas, o grupo se torna na prática o segundo conglomerado de mídia do Brasil, com faturamento estimado em R$ 1,3 bilhão.
Controladora tanto do UOL como da Empresa Folha da Manhã, que publica a Folha, a família Frias manterá o controle da Folha-UOL. Sua participação no capital da nova empresa é de 79%. Os restantes 21% são detidos pela Portugal Telecom, grupo português que controla, através de uma joint venture com a espanhola Telefônica, a operadora de telefonia móvel Vivo.