O Brasil foi o único país da América Latina a registrar pontuação positiva no terceiro trimestre no setor de tecnologia da informação e telecomunicações, de acordo com o relatório Indicador da Sociedade da informação (ISI) para a região, elaborado pela everis, consultoria de soluções de negócios e tecnologia da informação, em parceria com a IESE Business School.
No período, o índice que mede os avanços da Sociedade da Informação, compreendendo os aspectos econômico, institucional, social e de infraestrutura, mostra que o país alcançou 4,44 pontos, número 0,8% superior ao obtido em igual período de 2008. O desempenho contrastou com o observado na região latinoamericana como um todo, que registrou queda de 1,2% no indicador durante o período.
"Isso prova que o Brasil foi um dos países que menos sentiu os efeitos da crise e continuou progredindo nesse setor, ao contrário do que foi observado nos demais locais analisados", afirmou Teodoro López, vice-presidente da everis Brasil. Ainda de acordo com o executivo, em números absolutos, o Brasil está na frente em muitos indicadores, mas como o país é muito grande territorialmente fica difícil atingir todas as regiões igualmente, e, por isso, a média fica abaixo dos demais países.
"O ISI mostra que a Sociedade da Informação vem avançando de modo mais veloz no Brasil do que no conjunto da América Latina. Há cinco anos, o ISI do Brasil era mais de 10% inferior à média regional. Agora, é apenas 1,1% menor e prevemos que, em um ano, essa diferença será reduzida a zero. Ainda que falte muito para progredir, creio que vale ressaltar, por exemplo, a expansão da quantidade de computadores, 243 unidades para cada mil pessoas, o que é superado apenas pelo Chile; e as vendas do varejo on-line, estimadas em US$ 41 por pessoa ao ano, diante da média regional de US$ 29", explica Diego Barceló, co-autor do ISI e pesquisador do IESE Business School. O Brasil é atualmente o penúltimo no ranking. O estudo aponta que o Chile, com 5,57 pontos, é o líder, seguido pela Argentina (4,79 pontos), Peru (4,63), México (4,50); Brasil (4,44) e, em último lugar, a Colômbia, com 4,24 pontos.
E cita ainda que o número de telefones móveis no período chegou a 836 aparelhos para cada mil pessoas, um avanço anual de 17,3%, o segundo mais elevado depois do Peru. Além disso, tanto o número de computadores como o de servidores cresceu mais rapidamente que a média regional. A queda dos serviços TIC se explica pelo recuo nas vendas on-line e pelo gasto total em TIC, que em dólares anuais por habitante caiu 3,5% (chegando a US$ 41) e 10,2% (chegando a US$ 399), respectivamente.
A redução da pontuação na área social é consequência do crescimento da taxa de desemprego (até 9,8%), e também da desaceleração da atividade econômica (o crescimento médio do PIB caiu de 5,6% para 3,5%), que atrapalha a nota média do bloco econômico. O Brasil é um dos países em que o armazenamento de capital fixo por habitante cresce em ritmo mais lento.
- Progresso lento