Qualcomm desiste de separar unidade de chips da divisão de licenciamento de patentes

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Apesar da pressão de investidores e das autoridades de defesa da concorrência, a Qualcomm decidiu não separar a divisão de chips da unidade de licenciamento de patentes. Uma comissão especial do Conselho de Administração da companhia, criada para fazer uma avaliação "global", concluiu que ela estará mais bem servida e poderá dar mais retorno aos acionistas mantendo a estrutura atual, composta pelas divisões de chips e de licenciamento de patentes.

"Os benefícios estratégicos e as sinergias do nosso modelo não é replicável em estruturas alternativas", disse Steve Mollenkopf, presidente-executivo da Qualcomm, em comunicado.

Desde abril, o investidor ativista Barry Rosenstein, do fundo de hedge Jana Partners, vinha tentando forçar a Qualcomm a fazer a cisão (spinoff), alegando que o negócio de chips está "essencialmente sem valor" e por isso deve ser separado da unidade de licenciamento de patentes, que responde pela maior parte do lucro da empresa. As autoridades antitruste também queriam impelir a companhia a separar as unidades.

A Qualcomm chegou a estudar opções de dissolução e, em julho, havia prometidor que faria uma nova avaliação da proposta. O anúncio, na ocasião, foi precedido de uma queda acentuada no lucro e nos preços das ações da empresa. Paralelamente, o fundo Jana Partners anunciou ter adquirido 4,4 milhões de ações por cerca de US$ 2 bilhões, tornando-se um dos maiores acionistas da Qualcomm. A partir daí, o fundo começou a pressionar a empresa a considerar um rompimento das unidades, entre outras opções, para aumentar o preço da ação.

Segundo Rosenstein, apesar da grande participação da Qualcomm no mercado de chips usados em smartphones, isso não tem sido suficiente para corrigir o que chamou de "mau desempenho" da empresa nesse segmento. Por isso, ele defende a separação da divisão de semicondutores e outras medidas para melhorar o preço das ações. Ele também pressionou a companhia a reduzir custos, acelerar a recompra de ações e fazer alterações em sua política de remuneração de executivos, além de mudar a forma de elaboração de relatórios financeiros e a estrutura do Conselho de Administração.

Em julho, a Qualcomm anunciou planos para cortar US$ 1,4 bilhão em despesas. Ele também nomeou dois novos diretores, como parte de um acordo com a Jana, acrescentando que iria nomear um terceiro diretor aprovado pela empresa de investimentos. O comitê de seis membros que avaliou as perspectivas para um rompimento incluiu os dois participantes do conselho apoiados pela Jana.

A Qualcomm é conhecida por popularizar e patentear uma variedade de tecnologias digitais que se tornaram amplamente utilizadas com o advento da terceira geração (3G) de telefonia celular. Mais da metade de sua receita vem do pagamento de royalties dos fabricantes de celulares e o restante da venda de chips para celulares e processadores que executam aplicativos em smartphones. O negócio de chip da empresa tem crescido nos últimos anos porque ela adquiriu rivais que fornecem tecnologia de banda base 4G LTE.

O anúncio da desistência do spinoff foi bem recebido por Wall Street. As ações da Qualcomm subiram 1,6% na negociação do pre-market e 3,46% no pregão tradicional da Nasdaq, negociadas a US$ 48,45 às 12h14 (horário de Nova York). A alta foi puxada também pelo forte desempenho esperado pela empresa para o primeiro trimestre do seu ano fiscal. Com informações de agências de notícias internacionais.

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