Os varejistas virtuais se deparam a cada dia com novos desafios, e o desenvolvimento da estratégia de negócio os forçam a expandir e inserir seu site de comércio eletrônico em mais canais e dispositivos. Lojas especializadas, novas linhas de produtos, ofertas instantâneas, lançamento de novas áreas geográficas, entre outros movimentos, exigem dos varejistas on-line a inovarem constantemente para se diferenciarem – a criação de novos sites ou novas ofertas deve ocorrer muito rapidamente, e com bom desempenho para suportar o tráfego de pico durante períodos em que a atividade é intensificada.
Por isso, a flexibilidade da infraestrutura de sites de comércio eletrônico é um assunto muito atual e relevante. E o estabelecimento dessa infraestrutura não deve ser obstáculo à inovação. A colocação no mercado de novas ofertas tem permitido aos varejistas virtuais se destacar e conquistar mais fatias de mercado.
O desenvolvimento do cloud computing (computação em nuvem) e SaaS (software como serviço), por exemplo, permite às empresas superar problemas como a operação de servidores, para que possam se concentrar em seu core business – no caso, o comércio. Não ter de se preocupar com problemas de infraestrutura economiza tempo para desenvolver novos projetos. Soluções SaaS atendem às necessidades de flexibilidade e capacidade de resposta dos varejistas eletrônicos, em geral beneficiando-se de uma infraestrutura de nuvem.
Soluções de cloud computing oferecem outros atrativos: a fixação de preços, que suaviza o "consumo de recursos", uma redução significativa no custo total de propriedade (TCO), garantia de serviço sobre a taxa de disponibilidade e desempenho (SLA), flexibilidade real e uma alta reatividade para ajustar a potência à sazonalidade do negócio de varejistas virtuais, a cobertura internacional e uma redução dos custos de gestão e operacionais.
A nuvem fornece acesso a recursos praticamente ilimitados, facilmente ativados e faturados por uso. Porém, é importante considerar que este modelo também tem impactos sobre a organização dos fluxos e outros pontos operacionais, como:
. Time to Market: como obter rapidamente a infraestrutura necessária para criar novos sites?
. Performance: como lidar com o aumento do volume do catálogo e de tráfego do site? Como garantir o desempenho em remotas áreas geográficas?
.Segurança: que solução deve ser implantada contra os ataques mais frequentes e sofisticados?
. ROI: como calcular o retorno sobre o investimento de diferentes soluções (nuvem externa, hosting, hospedagem interna), considerando preços/custos, independência em relação ao fornecedor, segurança, etc.
. A extensão da cobertura de nuvens, combinada com a complexidade devido ao número de modelos, faz com que complexas questões jurídicas surjam, visto que o provedor pode utilizar uma cadeia de subcontratantes de que o cliente não tem conhecimento.
. É necessário definir os limites: o tratamento de mapeamento da rede, a sensibilidade dos dados, aplicações cobertas. Com a explosão de ofertas de players como Google, Microsoft, Amazon e Salesforce, vemos o surgimento de contratos de serviços que respondem à promessa de capacidade de resposta na nuvem.
Sendo assim, não se pode ignorar as vantagens competitivas que o modelo de cloud computing pode oferecer aos varejistas virtuais na expansão dos negócios. Porém, a escolha da nuvem é uma alternativa a considerar com cuidado, pelas questões ainda não bem definidas de ordem técnica, financeira e legal.
* Norberto A. Torres é sócio-diretor da Uniconsult Sistemas.