No Brasil, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), 75,5% dos idosos – acima de 60 anos – têm alguma doença crônica. Uma especificidade para a qual a Fundação Sistel de Seguridade Social, fundo de pensão multipatrocinado, com capital de R$ 9 bilhões, adquiriu ferramenta específica de gerenciamento, visando ampliar a qualidade de vida de seus segurados. A fundação administra planos de benefícios para o setor de telecomunicações, entre eles o Pama – Plano de Assistência Média ao Aposentado, que abrange cerca de 45 mil pessoas em todo o Brasil, e após uma pesquisa de mercado, escolheu a AxisMED, empresa de gestão de doentes crônicos, para compor a solução dedicada ao monitoramento de clientes crônicos.
Dois fatores pesaram em benefício da escolha da AxisMED: o fato de a empresa, formada em 2002, já monitorar cerca de 3,5 milhões de pacientes, e ter como clientes empresas como a AmBev, Bradesco e Unimed. "Buscávamos um programa com critérios de seleção que permitissem abranger realmente os usuários, cujos objetivos atendessem as suas necessidades com metodologia de apuração dos resultados pré-definida", informa Claudio Munhoz, diretor de seguridade da Sistel.
Assim, para a implantação do programa, foram estabelecidos os seguintes objetivos: abrangência nacional com inclusão inicial de 500 monitorados; metodologia pré-definida e validada para acompanhamento de resultados através de indicadores clínicos, financeiros, operacionais e de satisfação dos participantes; inclusão de pelo menos 75% da população eleita para o programa em curto prazo; e a distância entre a Sistel (sediada em Brasília) e a AxisMed (em São Paulo) não poderia interferir no andamento do projeto.
Segundo o diretor de seguridade da Sistel, a integração das diferentes pessoas, conhecimento e processos envolvidos no gerenciamento dos doentes crônicos exige uma infraestrutura robusta, que inclui data center, sistemas (CRM e BI) e funcionalidades operacionais (dispositivos que permitam interação com o paciente). Para esse foco, a solução instalada peça empresa contou também com o esforço da A5 Solutions, que promoveu a integração de plataformas de comunicação e das soluções de contact center.
Batizado de "Viver Melhor", o projeto foi implantado em 20 dias, no início de 2007, integrando primeiramente 500 pacientes. O primeiro grupo de usuários inseridos no sistema apresentava alta complexidade, pois contemplava pessoas com 64 anos; 98% com alto risco de instabilidade; 30% utilizavam mais de sete medicamentos por dia; 89% apresentavam mais de uma doença crônica; e 60% não possuíam médico de referência.
O sistema monitora esses pacientes, enviando dados à Sistel sobre o uso de medicamentos, horários marcados com os médicos e número de visitas a hospitais, além disso, disponibiliza aos médicos a ficha completa e atualizada de cada um deles.
Após um ano de operação do projeto piloto, a Sistel passou a monitorar os pacientes com cardiopatia, o que permitiu o controle de complicações inerentes a insuficiência coronariana; 87% dos pacientes diabéticos passaram a realizar o controle glicêmico e mais de 40% mudaram positivamente seus hábitos. "Em uma população de alto risco, tais mudanças envolvem alteração de crenças e valores visando o autocontrole. Observamos resultados superiores aos 40% normalmente esperados em programas dessa natureza", afirma Adriana Meirelles, gerente de gestão de planos assistenciais. Ela informa que após o piloto, de 12 meses, foi realizada uma extensa pesquisa de satisfação com os pacientes monitorados, na qual 92% afirmaram que aprovava o projeto e o indicaria a parentes e amigos.
A empresa não fornece os valores da aquisição do sistema, mas afirma que financeiramente o programa rendeu à Sistel uma economia líquida de 32% e um retorno sobre investimento (ROI) de 2,89%, superando em quase duas vezes a meta estipulada contratualmente e, consequentemente, demonstrando a eficácia do gerenciamento mesmo em carteiras complicadas. "Temos a convicção da necessidade de atuar sempre com o foco direcionado às expectativas de nossa população, por isso decidimos por uma empresa que nos apresentou resultados com indicadores comprovadamente factíveis no que diz respeito ao gerenciamento de doentes crônicos", diz a gerente.
"O programa Viver Melhor comprovou claramente ter impacto em curto e longo prazo. Continua a produzir resultados muito positivos na população monitorada há mais tempo e também alcançou rapidamente as metas colocadas na expansão do programa que ocorreu em 2009", finaliza Munhoz.