A Apple decidiu cancelar contratos com algumas de suas fornecedoras asiáticas por causa de práticas trabalhistas ilegais, detectadas no ano passado. Em relatório anual elaborado pela própria fabricante de eletrônicos, a companhia aponta que algumas das prestadoras de serviços terceirizadas da Ásia contrataram trabalhadores menores de idade e usaram de meios ilegais para contratar imigrantes. A companhia não informa os nomes das empresas envolvidas.
Segundo o relatório deste ano, publicado nesta semana, a Apple aponta que dez companhias radicadas na China contrataram pessoas com menos de 16 anos, idade mínima permitida por lei para trabalhar no país. Em nove dessas fábricas, o número total de empregados menores de idade chegou a 49, e a Apple considerou o motivo do problema como má administração. No entanto, na décima unidade foram encontrados 42 menores, o que levou a fabricante de eletrônicos a cancelar o contrato de prestação de serviço.
Quanto à contratação dos imigrantes, a Apple conta que descobriu um sistema de recrutamento de imigrantes em que são cobradas taxas abusivas, muito acima do permitido por lei em todos os países detectados. Segundo o relatório, o esquema foi descoberto por meio de uma investigação de 2008, e, desde então, a fabricante de eletrônicos afirmou que vem tomando todas as providências legais para acabar com a prática e já gastou US$ 3,4 milhões em indenizações trabalhistas.
Foxconn
Quando uma onda de suicídios acometeu a Foxconn, fabricante chinesa de eletrônicos em regime de terceirização, o presidente da companhia, Terry Gou, alegou que era por causa das longas cargas horárias enfrentadas por seus trabalhadores. Portanto, argumentava, a culpa deveria recair sobre a grande demanda feita por seus clientes, como Sony, Dell e principalmente Apple.
Em resposta, no relatório desta semana, a fabricante do iPhone explicou que fez uma auditoria na Foxconn para identificar os problemas e começou, no segundo semestre do ano passado, a implantar políticas de aumento da qualidade de vida dos trabalhadores da companhia chinesa.
Entre as medidas, segundo contou a Apple, está o treinamento de todos os funcionários e a implantação de programas de suporte aos funcionários, destinados à manutenção da saúde mental e à expansão dos serviços sociais oferecidos pela Foxconn aos empregados.
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