Os executivos da área de TI enfrentam desafios difíceis mesmo nas melhores épocas. Novas tecnologias estão sempre aparecendo, modelos de negócios estão sendo testados e em constante evolução, as expectativas dos usuários estão cada vez maiores. À medida que a Transformação Digital adquire velocidade, o ritmo muda. Para sobreviver e prosperar, os líderes de TI devem estar preparados para o que vem a seguir. Acredito que o ano de 2018 será marcado por seis grandes batalhas:
A explosão dos aplicativos
Os usuários de hoje podem escolher mais aplicações do que nunca, baseadas em modelos inovadores. Os programas baseados em Nuvem estão disponíveis para qualquer pessoa na empresa acessar, podendo ser utilizados gratuitamente ou para download com pagamento via cartão de crédito. Na realidade, as empresas atuais podem escolher mais de 5 mil Apps para uso no marketing ou via o modelo de Software como Serviço (SaaS – Software-as-a-Service).
De acordo com a Netskope, uma empresa média já deve estar usando mais de 800 Apps em Nuvem e esse número está crescendo. Os fornecedores de software estão encorajando essa onda, tornando mais rápido e fácil para os usuários corporativos o envolvimento gratuito com os aplicativos, portanto, é esperado que ocorra uma adoção em grande escala e que isso leve a um investimento superior de TI daqui a algum tempo. O aplicativo de mensagens Slack é o exemplo perfeito dessa abordagem "teste antes de usar". Muitos outros fornecedores de Apps estão buscando uma estratégia similar de iniciação e propagação. É uma maneira rápida, acessível financeiramente e conveniente para o usuário final, mas também destrói o controle da TI, podendo inserir riscos de segurança e conformidade na Infraestrutura de TI, além de ser difícil de desligar. A pesquisa da Netskope aponta que 94,7% dos serviços Cloud ainda não estão preparados para as empresas.
Os Apps de B2B (business-to-business) também estão impulsionando a onda de crescimento. A maioria das empresas de B2B fornece aplicativos para acessar seus serviços. Você, provavelmente, já está utilizando os aplicativos do seu plano de saúde, linhas aéreas, hotéis, serviços automobilísticos, plano de previdência privada e de outros negócios. O software pode ser gratuito para o usuário e empresa. No entanto, acessar e gerenciar tantos aplicativos em múltiplos dispositivos é assustador.
Guerras de propriedade
A propriedade de um App é outra batalha constante. As linhas de propriedade do dispositivo estão cada vez mais tênues, uma vez que os colaboradores tomam mais iniciativas para adquirir, de maneira independente, os aplicativos que necessitam. De acordo com uma pesquisa da Forbes Insights/VMware, mais de um em cada quatro Apps são trazidos para as empresas pelos próprios colaboradores.
Mas quando é que a empresa define um limite entre dar liberdade aos usuários para encontrarem as ferramentas que precisam para se manterem produtivos ou quando a TI controla os Apps e informações que podem ser considerados ameaças de segurança? A cadeia de comando nem sempre é clara nas corporações e as políticas variam em relação a quem tem autoridade para tomar as decisões de software. No entanto, quando o software e a tecnologia criam um problema, a TI normalmente é considerada responsável, independentemente de quem a adquiriu.
Ataques cibernéticos
A segurança tem sido uma prioridade e o principal gasto para os CIOS por muitos anos. Mas as ameaças cibernéticas estão se tornando mais frequentes e sofisticadas do que nunca. A violação de dados da Equifax foi o maior evento de 2017, impactando mais de 143 milhões de consumidores. A Equifax não apenas levou um golpe massivo em termos de reputação, mas também corre o risco de receber multas altas e ações judiciais. Essas repercussões sobre a violação de dados devem durar anos. Para se defender de ataques com esse tipo de poder de fogo, é preciso de uma fortaleza sofisticada de defesa, baseadas em tempos de respostas aceleradas, assim como ter uma estratégia ágil e de proteção com profundidade que vão além da correção de erros dos fornecedores tradicionais. Estima-se que as empresas gastem mais de US$ 200 bilhões anuais até 2021 para protegerem seus ativos digitais.
Campos minados da privacidade
A área de TI precisará avançar para evitar um campo minado das regulamentações de privacidade dos próximos anos. A nova Regulamentação de Dados Globais da União Europeia entra em vigor no dia 25 de maio de 2018, considerada a mudança mais importante nesses requerimentos em mais de 20 anos de existência. Os violadores das regulações de dados rigorosos e difíceis de gerenciar serão substancialmente multados em milhões de dólares. Adquirir informações para fins de marketing não é mais um direito das empresas – a permissão deve ser concedida e o uso dos dados deve ser declarado de maneira explícita. Essa regra significa mais auditorias e novos desafios para a TI de organizações cada vez mais globais.
Disrupção digital
Toda a indústria está sob o ataque de novos modelos de negócios, viabilizado pelo uso inovador de tecnologias. Os CEOs, não apenas os CIOs, estão sendo pressionados a prepararem suas empresas para a disrupção digital e para estarem atentos às companhias de aparência inocente, mas que podem quebrá-los em alguns anos. De acordo com uma pesquisa conduzida com mais de 500 executivos com poder de decisão na Europa e Estados Unidos, mais da metade disseram que estão preocupados com a concorrência de negócios disruptivos.
Big Data, Internet das Coisas (IoT) e Inteligência Artificial (IA) podem parecer ameaças distantes, mas poderão ser difíceis de enfrentar uma vez que tenham ganhado força. Dois terços dos executivos pesquisados acreditam que 40% das empresas Fortune 500 serão extintas na próxima década.
Hostilidade do fornecedor
Ocasionalmente é difícil dizer quem são seus verdadeiros aliados. Mesmo quando você está enfrentando ameaças externas, seus próprios fornecedores podem estar encurralando a sua empresa. Neste ano, os fornecedores de software corporativo tentarão manter seus consumidores e margens de lucros e, com isso, poderemos ver aumentos nas auditorias, ações jurídicas e fornecedores que serão menos amigáveis para o consumidor.
Cada vez mais a receita de manutenção não é o único componente que os fornecedores estão utilizando para agradar os seus acionistas. Agora, os fornecedores parecem estar aumentando suas auditorias de clientes para encontrar usos sem licença de seus programas, com o objetivo de conduzir novas vendas. Felizmente, quando se trata de suporte de software, não há necessidade de uma rendição incondicional. Existem escolhas reais lá fora, incluindo a de suporte independente, que podem fornecer as opções que você necessita.
É hora de se preparar
Para a TI, está claro que 2018 está se moldando para ser um ano cheio de batalhas em várias frentes. E você precisará que todos os seus recursos estejam prontos. O que é difícil se, como em muitas empresas, você estiver gastando de 80 a 90 por cento de seu orçamento de TI apenas "para manter as luzes acesas". Tenha certeza que sua estratégia relacionada ao suporte de software terá um papel extremamente determinante no seu triunfo.
Dean Alms, vice-presidente Global da Rimini Street.