A Companhia Energética Santa Elisa, uma das maiores usinas do setor sucroalcooleiro e de energia do país, é a primeira empresa a colocar em produção a nota fiscal eletrônica mercantil (NF-e), dentre as 49 companhias que se inscreveram na Secretaria da Fazenda de São Paulo para obter a autorização. Um mês depois de iniciar o processo a Santa Elisa emitiu 4 mil notas, de quatro empresas do grupo. O D?avó Supermercados, oitavo no ranking paulista do varejo de auto-serviço, obteve a mesma autorização, mas ainda se dedica a acertos internos antes de passar a emitir.
Ambas as empresas utilizam o software Signature, da South Consulting, e conseguiram a emissão da NF-e num prazo recorde de três meses, iniciando o processo no dia 2 de abril. A South Consulting fez implantações semelhantes no Chile e México e detém a experiência de mais de 450 empresas que rodam notas fiscais com sua solução.
Convencida de que a solução da South Consulting era a ideal, a Companhia Energética Santa Elisa, que produz álcool, açúcar e energia elétrica, enveredou por uma ?abordagem mais radical?, como diz Vicente João Olivério Júnior, gerente de informática do grupo. ?A partir do primeiro dia já emitimos notas fiscais eletrônicas que representam a totalidade do nosso faturamento e das transferências, devoluções e remessas que fazemos. Estamos emitindo em quatro CNPJs diferentes, mas uma quinta empresa usará o procedimento?, informa.
A tecnologia, segundo ele, além de ser encarada como um diferencial competitivo, deve também estar alinhada com os objetivos estratégicos da companhia. ?Como a Santa Elisa está em fase de expansão, alguns fatores serviram como motivação, como a economia gerada pela eliminação de papéis, a desburocratização, a agilidade no processo e a transparência fiscal que a NF-e proporciona ao processo de faturamento?, explica Olivério Júnior.
Outro benefício importante, diz o executivo, está na logística. ?Temos depósitos localizados fora da unidade industrial, em locais estratégicos para a logística de expedição de produtos aos clientes internos ou exportação, e a expedição e faturamento centralizados que a solução oferece facilita muito a gestão do processo comercial. Quando estávamos retirando produtos desses depósitos para remetê-los aos clientes, tínhamos anteriormente de deslocar pessoas e equipamentos para fazer o faturamento dos produtos, o que agora mudou completamente com a NF-e, que possibilita fazer a expedição e faturamento desses produtos via Internet, além do fato de a NF-e ser emitida pela sede da empresa e impressa no local de expedição, os depósitos fora da unidade industrial?, afirma.
O gerente de informática da Santa Elisa acredita que acredita que ?o governo está dando um grande passo em direção à desburocratização do sistema tributário, claro, com interesse em arrecadação, mas os reflexos para a indústria são muito grandes, tanto em redução de custos quanto em agilidade?. ?A NFe em breve passará a ser compulsória para alguns segmentos de mercado estratégicos para o Governo. É uma ferramenta para nivelar a concorrência, já que ficará muito difícil sonegar e obter autorização de emissão estando irregular com o Fisco?, garante.
Já o D?avó Supermercados vai empregar a solução nas transferências de produtos para lojas, e também para a devolução de mercadorias, situações que exigem nota fiscal. Para o gerente da Divisão de Informática, William Rocha, entre as vantagens da NF-e está a de viabilizar o recebimento automático e a aprovação por workflow (fuxo de trabalho).
?Agora a Prefeitura de São Paulo está disponibilizando a mesma sistemática do governo do Estado, que utiliza serviços através da web, onde podemos consultar todas as informações necessárias, automaticamente. Desta forma, receberemos a NF-e em formato de arquivo, com todas as informações, ao invés de um e-mail com um link para uma página na internet, como antes era feito pela Prefeitura. Então poderemos entrar com essa nota em um sistema de Fluxo de Aprovação, onde as pessoas poderão conferir e validar os dados da nota, fazer a aprovação de pagamento e entrada em nosso sistema contábil?, diz Rocha.
