Pesquisadores da Universidade Estadual de Humboldt (HSU), nos Estados Unidos, usaram API do Google Maps e mais de 150 mil tweets agregados de cada condado para, a partir do microblog, traçar a "geografia do ódio", ou seja, identificar as origens geográficas do discurso de ódio online naquele país.
O resultado é um "mapa de calor" interativo onde, por meio de cores, é possível identificar onde prevalecem comentários racistas, homofóbicos e contra deficientes.
No mapa, onde há uma maior proporção de tweets negativos que fazem referência a uma determinada "palavra de ódio", a região aparece em vermelho.
Onde a proporção de tweets com tal palavra é moderada (foi menos usada, ainda que mais do que na média nacional), aparece um azul pálido no mapa.
As áreas sem sombreamento indicam lugares que têm proporção de tweets negativos menor ou igual à média nacional.
O usuário pode interagir para identificar na ferramenta a concentração das ofensas por preconceito, de uma forma geral (homofobia, racismo e ofensas contra deficientes), e também por cada uma das palavras de ódio usadas nos tweets que expressam os três tipos de intolerância rastreados.
O mapa revela, de forma contundente, que discursos de ódio estão concentrados na região Leste dos Estados Unidos. Os pesquisadores descartam a densidade demográfica como fator 100% determinante das diferenças entre os dois lados do país .
A professora e pesquisadora responsável pelo estudo, Monica Stephens, contou com o auxílio de estudantes da universidade, que leram na íntegra os tweets identificados com palavras de ódio, para verificar quais eram de fato intolerantes.
Eles classificaram cada mensagem como positiva, neutra ou negativa, com base em parâmetros pré-definidos. Somente os tweets identificados pelos leitores humanos como negativos foram utilizados na análise e elaboração do mapa.
Os dados do Twitter foram obtidos junto ao projeto DOLLY (Universidade de Kentucky), um repositório de bilhões de tweets geolocalizados que permite a pesquisa e análise em tempo real.