O grupo CPFL Energia, que atende, através das Companhias Paulista, Piratininga, Santa Cruz de Força e Luz e da Companhia Rio Grande Energia, a 5,9 milhões de clientes, mercado que representa uma população de 18 milhões de habitantes, em 550 municípios dos estados de São Paulo, Paraná e do Rio Grande do Sul, decidiu aprimorar as inspeções contra perda de energia utilizando para isso um software de análise preditiva, e já prevê para este ano um economia em torno de R$ 2 milhões de reais.
Não é pouco. Todos os anos, o Brasil perde cerca de R$ 5,5 milhões em energia elétrica, prejuízo causado por irregularidades ou adulterações nos medidores de energia residenciais e comerciais. De acordo com a Abradee, Associação Brasileira de Distribuidoras de Energia Elétrica, o índice de perdas por furto ou fraudes registrado pelas distribuidoras de energia elétrica alcança 5% de toda a energia produzida no país, o que representa cerca de 20 mil dos 422 mil gigawatts/hora de energia produzidos no país em 2007.
Pensando na diminuição do número de inspeções e no aproveitamento inteligente das informações coletadas através delas, a divisão de recuperação de energia da CPFL Paulista, adotou o software de data mining (mineração de dados), Clementine, da SPSS, fornecedora de soluções de data mining e análise preditiva, para aprimorar e potencializar o índice de acerto nas inspeções.
O Clementine analisa os dados obtidos nas inspeções e dentro de um universo de medidores fraudados e adulterados, o software verifica as variáveis. A partir disso é que são definidos os locais das próximas inspeções.
De acordo com Edson Amaral, coordenador da divisão de recuperação de energia da CPFL Paulista e CPFL Piratininga, o Clementine foi fundamental para o auxílio na recuperação de energia, principalmente, no setor industrial, para onde é destinado um grande volume de energia e que precisa, necessariamente, de um controle maior do que realmente é consumido.
?Com o Clementine, conseguimos elevar o índice de acertos e economizar com as inspeções, além de aumentar a eficiência na recuperação de energia. A solução consegue analisar o passado e o presente para obter uma boa atuação no futuro?, explica Amaral.
Segundo o executivo, para uma efetividade de no máximo 13% ou 14% na recuperação de energia, antes do Clementine, as companhias tinham um retorno em torno de 200 GW/h por ano. Com a entrada do software em cena, já é possível acertar 20% e em alguns casos até 24% das inspeções, aumentando, assim, o volume de energia recuperada. ?Até o fim do ano, as companhias Paulista e Piratininga pretendem obter uma economia de 30% com inspeções, cerca de 135.000 inspeções a menos, o equivalente a R$ 2 milhões por ano?, explica.