A Comissão Europeia, braço executivo da União Europeia, quer impor sanções mais duras aos cibercriminosos. As novas regras podem inclusive aumentar a duração da pena para aqueles que cometem crimes pela internet, que atualmente varia de um a três anos, para até cinco anos, segundo informações do jornal britânico Financial Times.
Os ataques a computadores na Estônia e na Lituânia, ocorridos nos últimos dois anos, chamaram atenção para o problema no continente. Radomir Jansky, um dos principais oficiais do combate ao cibercrime da Diretoria Geral para Justiça, Liberdade e Segurança da Comissão Europeia, afirmou que alguns países, como França, Inglaterra e Alemanha, já têm penas mais duras, mas é preciso unificar as punições em todos os 27 membros da União Europeia.
Ele acha que a Europa precisa de novas leis para combater os crimes cibernéticos em larga escala, já que as punições existentes não são severas o suficiente para desencorajar as práticas criminosas. Jansky alerta, porém, que os custos para tornar as leis mais rígidas e para as autoridades dos estados estão ficando mais altos, e isso precisa ser reconhecido.
Segundo o jornal britânico, os ataques virtuais em massa têm aumentado na Europa, e isso pode afetar a infraestrutura do continente. Além disso, os europeus vêm enfrentando um crescente número de quadrilhas virtuais que espalham vírus pela internet e roubam senhas e outros dados de contas bancárias.
O plano da Comissão Europeia é reflexo da política do governo Obama nos Estados Unidos de priorizar as ações contra o cibercrime, incluindo a nomeação de um "czar" para coordenar a nova política. A Europa, por sua vez, pretende criar um sistema pan-europeu de relatório sobre ataques, que funcione de forma mais rápida do que o atual. A Comissão criará também um banco de dados alimentado por todo o continente com todas as informações sobre ataques e processos judiciais decorrentes deles.
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