Globalmente, de 70 a 80% das implementações de Business Intelligence (BI) falham. O dado é do Gartner, a realidade a enfrentar – e mudar -, dos fornecedores de Tecnologia da Informação. Vamos começar pelo enfrentamento: por que isso acontece? De acordo com a consultoria e com outros estudos recentes, a maior parte das falhas reside não no BI em si, mas na integração com o ERP.
Ou, melhor dizendo, falta de integração. Quando o projeto de BI requer ajustes de ERP, os dados podem mostrar-se desatualizados, errados, incompletos, dificultando a filtragem de informações relevantes ao negócio e, consequentemente, tornando lenta ou falha a capacidade de análise da ferramenta, o que culmina em dashboards de resultados insatisfatórios e na demora no tempo de resposta ao usuário final – uma das maiores reclamações registradas em implantações que não dão certo.
Resumindo, os problemas começam e terminam na complexidade do BI, ou do ERP, ou da integração entre ambos. E para resolver complexidade, o remédio óbvio é facilitar; ainda melhor se for aplicado à camada mais sensível do processo todo, o usuário.
Para acabar com os erros na camada de dados, o BI precisa estar perfeitamente alinhado aos mesmos parâmetros de negócio que o ERP, respeitando as mesmas regras. Além disso, o correto funcionamento dos recursos de processamento, filtragem e análise dos sistemas depende da qualidade da base de dados, que só será completa e alinhada se não sofrer a divergência de fontes.
Porém, é preciso lembrar novamente que sistemas são feitos para serem utilizados por pessoas. Se o uso é difícil, naturalmente os usuários cometerão mais erros e buscarão alternativas mais fáceis para seu trabalho diário, passando a lançar mão de planilhas e controles paralelos que, no fim, fragmentarão as bases de dados relevantes para o negócio, deixando-as apenas parcialmente disponíveis para o trabalho do BI.
Quando se fala em facilidade, portanto, é preciso falar nela desde a concepção do software. A melhor característica de um BI ou de um ERP não é somente o alto desempenho ou a robustez, mas também a usabilidade, que tornará reais estes dois outros fatores.
Assim, pensar na usabilidade desde a escolha da linguagem de programação do software, passando pela metodologia de implantação e pelo gerenciamento de projeto, que garantirá alinhamento aos padrões particulares de cada negócio, é um caminho direto para o sucesso de projetos de BI, ERP ou de qualquer outra ferramenta.
Uma linguagem de programação fácil construirá um software fácil, que será facilmente operado pelo usuário, resultando em maior utilização e, por conseguinte, mais produtividade. Uma metodologia de implantação assertiva garantirá o controle de custos, prazos e escopo dos projetos, evitando todos aqueles velhos e conhecidos problemas de estouro dos prazos e orçamento ou erros no desenho, construção e desenvolvimento do projeto.
Some-se a isso uma fase de testes durante, e não somente ao final, da implementação; uma boa documentação de processos e a distribuição bem definidas de responsabilidades por envolvidos, atenção a regras de segurança e, por fim, um pós-venda com suporte qualificado e atento às demandas reais do usuário.
Pronto. Estará completo o ciclo voltado à qualidade de estratégias relacionadas a sistemas de gestão e análise corporativa.
Robinson Klein, CEO da Rede Cigam.