"Diversidade e Inclusão" tem sido uma pauta cada dia mais importante para a saúde dos negócios. Muitas empresas têm criado programas de cultura inclusiva, vagas afirmativas, comitês de diversidade e afins, para responder a transformação constante do mercado e se manterem protegidas judicialmente, moralmente e comercialmente.
Porém, na grande maioria das vezes, ainda há uma enorme quantidade de barreiras estruturais que impedem que líderes e gestores consigam aproveitar todos os benefícios de integrar efetivamente colaboradores diversos em seus times – seja por falta de conhecimento, recurso ou acesso à informação.
Para começar, é necessário considerar que desenhar programas que garantam que a cultura da diversidade e acessibilidade, vai desencadear em um processo de inovação e este processo vai gerar um resultado positivo – nos negócios, na sociedade e nas pessoas.
Vamos analisar alguns dados?
Segundo a publicação "Criando sinergias entre a Agenda 2030 e o G20 – caderno Desigualdades", da ONU e Unesco, atualmente a proporção de mulheres ocupando cargos de liderança no Brasil é de 38,8%.
Outros estudos levantados pelo Indique uma Preta e Talento Incluir, mostram que apenas 8% das lideranças são pessoas negras e 0,5% são pessoas com deficiência.
Em contrapartida, o estudo Diversity Matters Even More 2023 aponta que empresas diversas em termos de gênero mostraram uma melhora financeira de 25%.
E quando a diversidade é reconhecida em todos os pilares, como pautas raciais, LGBTQIAP+ e de pessoas com deficiências, este número sobe para 36%!
Então, por que a diversidade ainda não é reconhecida como um fator de sucesso?
Tendo a maioria dos cargos ocupados por homens cis, brancos e heteros, o desafio é:
Apresentar talentos que só serão desenvolvidos, apresentados e retidos, por meio de estratégias coerentes com realidades tão diversas.
É preciso que os líderes proativamente questionem os indicadores de diversidade e construam um plano estratégico assertivo.
Como começar?
Informação muda as pessoas e as pessoas mudam o mundo!
Buscar consultorias especializadas e encabeçadas por pessoas que vivem a causa, faz total diferença na implementação de um programa de diversidade.
Além disso, é preciso contratar treinamentos de letramento e sensibilização, que são essenciais para iniciar a jornada rumo à construção de planos de carreira que não são excludentes.
Movimentar Comitês de diversidade e ter a liderança atenta ao que é trazido, envolve ter a participação de gestores nas ações realizadas, ter uma verba destinada para esse tema, com a compreensão da relevância e importância dessa agenda para os negócios.
A legislação brasileira está cada dia mais avançada em relação às questões de inclusão produtiva de grupos minorizados.
E quando falamos de uma empresa, vale ressaltar que a responsabilidade social e a conformidade legal, estão diretamente relacionados ao posicionamento da marca – seja internamente, seja em relação aos parceiros e clientes.
A capacidade de liderar uma equipe diversa é uma competência cada dia mais relevante e para desenvolver essa competência, é preciso dedicação e determinação em desconstruir vieses inconscientes e compreender melhor o que é e como combater o racismo, etarismo, capacitismo e outros sistemas de opressão.
Amanda Lyra, Especialista e Consultora em Acessibilidade, Diversidade e Equidade, Palestrante e Comunicadora.