O site de denúncias Wikileaks, utilizado para divulgação de documentos secretos, condenou a tentativa britânica de deter seu fundador, Julian Assange, atualmente refugiado na embaixada do Equador em Londres. A gestão do presidente do país sul-americano, Rafael Correa, é simpática às causas da página na internet, por isso forneceu o abrigo em seu território na cidade inglesa.
"O Equador tem avaliado todos os argumentos apresentados por Assange que afirma ser vítima de perseguição em vários países por difundir a verdade e, assim, expor as violações dos direitos humanos”, diz a nota oficial de justificativa do governo equatoriano, que forneceu asilo político ao ativista nesta quinta-feira, 16.
Assange teve apelação negada na Corte Britânica e deveria ser extraditado para a Suécia, onde responde pelo crime de estupro. Ele foi preso em dezembro de 2010. O fundador do site nega as acusações no país europeu e alega “manobra política” para sua condenação por espionagem, pois na Suécia os Estados Unidos ganham base legal para processá-lo por divulgar dados confidenciais do Departamento do Estado norte-americano. No país, o crime de espionagem pode ser punido com pena de morte – argumento também utilizado pelo governo do Equador.
A polícia britânica cercou a embaixada, em uma tentativa de levá-lo à força para deportação. O comunicado do Wikileaks critica a atitude, classificada como ameaça e intimidação. “Qualquer transgressão contra a santidade da embaixada é um ato unilateral e vergonhoso, uma violação à Convenção de Viena, que protege as embaixadas em todo o mundo”, diz o documento.
A petição do site chama o cerco de tentativa do Reino Unido e seus aliados de deter um homem não condenado de qualquer crime em qualquer país. “Uma ameaça desta natureza é um ato hostil e extremo, não proporcional às circunstância, um assalto sem precedentes aos direitos a asilo a pessoas perseguidas mundialmente”, defende a nota.
Ministério das Relações Exteriores do Reino Unido informou que Assange “não poderá deixar” o território britânico. “Devemos ser absolutamente claros sobre o fato de que se recebermos um pedido de salvo-conduto para Assange, depois de ele ter obtido asilo político, este será recusado, de acordo com as nossas obrigações legais”, reforçou uma nota do órgão.
Com Informações da Agência Brasil