Três dos principais concorrentes Linux corporativos da Red Hat estão se unindo para criar uma alternativa ao software da companhia, após as alterações nos termos de uso feitas recentemente, e que dificultam o acesso ao código-fonte.
Oracle, SUSE e CIQ, em uma declaração conjunta disseram que a nova Open Enterprise Linux Association "incentivará o desenvolvimento" de distribuições Linux compatíveis com o Red Hat Enterprise Linux, fornecendo acesso gratuito ao código-fonte.
"Com OpenELA, CIQ, Oracle e SUSE unem forças com a comunidade de código aberto para garantir um futuro estável e resiliente para as comunidades upstream e downstream para alavancar o Enterprise Linux", disse o CEO da CIQ, Gregory Kurtzer, em comunicado.
No centro da nova organização está um desacordo sobre a forma como a Red Hat – uma força dominante no ambiente corporativo – fornece acesso ao seu código-fonte. Durante anos, a empresa apoiou o desenvolvimento de um clone do Red Hat Enterprise Linux chamado CentOS, com a ideia de oferecer uma alternativa gratuita para fins de teste e desenvolvimento, visto que o suporte pago seria desnecessário para esse fim. No entanto, cada vez mais, os usuários começaram a implementar o CentOS em vez do RHEL também em ambientes de produção, com outras empresas, incluindo a CIQ, surgindo para fornecer suporte corporativo.
Conseqüentemente, há dois ano, a Red Hat parou de oferecer suporte ao CentOS no modelo anterior, em favor de uma alternativa chamada CentOS Stream. Isso, no entanto, é uma distribuição upstream, o que significa que é atualizado com muito mais frequência, tornando-o menos adequado para o trabalho de produção.
Em meados de junho, a Red Hat tornou seu código-fonte menos acessível, restringindo o acesso aos clientes pagos e obscurecendo alguns detalhes da maneira como o código é criado.
De acordo com Tony Iams, vice-presidente de pesquisa do Gartner, a perda desses detalhes e o acesso restrito ao código-fonte desorganizaram o ecossistema downstream, tornando muito mais difícil para empresas como CIQ fornecer alternativas baseadas em RHEL.
"Os detalhes são importantes", disse ele. "Algumas pessoas afirmam que a Red Hat está fechando o acesso ao seu código-fonte, mas isso não é verdade. O que eles não mostram é como é empacotado, exatamente como é organizado e montado especificamente para entregar a distribuição RHEL. O ponto principal é que isso torna muito difícil replicar o RHEL."
A verdadeira questão, de acordo com Iams, é se o grupo OpenELA pode criar uma alternativa RHEL com um nível suficientemente alto de compatibilidade – se pode ser "compatível com bugs" ou uma replicação quase exata do RHEL. Não é simplesmente uma questão de criar compatibilidade entre APIs. Se isso puder ser feito, disse Iams, o grupo poderá pressionar seriamente a Red Hat a voltar à maneira antiga de fornecer seu código-fonte.
Instada a comentar sobre o OpenELA, a Red Hat enviou uma declaração atribuída a Mike McGrath, vice-presidente de plataformas principais, que disse em parte: "Sempre recebemos contribuições contínuas para a comunidade Linux mais ampla, motivadas pessoalmente ou de empresas como Oracle e SUSE, que realmente movem o Linux de nível corporativo, em vez de substituir um logotipo por outro." Com informações de Agências Internacionais.