CEOs brasileiros não veem tecnologia como prioridade

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Entre os fatores externos que mais poderão afetar o desempenho das empresas nos próximos três anos, a tecnologia é citada por 29% dos CEOs brasileiros, contra 39% dos presidentes-executivos globais – 26% a menos que a média mundial –, o que coloca o Brasil em quinto lugar no ranking entre os países em que a tecnologia é vista como prioridade. Os "fatores tecnológicos", apontados como a segunda força externa de impacto nas organizações pelos CEOs globais, não são tratados como urgência pelos brasileiros. Para eles, questões regulatórias e fatores macroeconômicos são temas mais importantes do que tecnologia. O dado consta do Global CEO Study 2010, estudo sobre líderes empresariais do mundo realizado pela IBM com mais de 1,5 mil CEOs de 33 segmentos em 60 países, incluindo o Brasil.
O fator de mercado que mais preocupa os executivos brasileiros e apontado como um grande obstáculo para o sucesso das empresas é a falta de mão de obra qualificada. Esse problema é citado pela metade dos presidentes brasileiros que participaram do estudo, contra 37% dos CEOs globais, ou seja, 35% a mais que a média mundial. "O déficit de profissionais se dá tanto no nível estratégico quanto para funções operacionais dentro da organização", explica Ricardo Gomez, diretor consultoria da IBM Global Business Services para a América Latina.
Para ele, a razão de a tecnologia ter sido apontada por apenas 29% dos CEOs brasileiros não significa que haja um menosprezo por ela, mas trata-se de uma questão de prioridade. Tanto que a preocupação dos CEOs brasileiros com as competências dos profissionais é percebida em outras áreas da pesquisa. No quesito qualidade de liderança, os executivos locais concordam com os CEOs do resto do mundo que "criatividade" seguida de "integridade" devam ser as principais aptidões de um líder. "Dedicação" – a terceira qualidade, apontada por 38% dos brasileiros – não entrou para a agenda dos CEOs de alta performance, aqueles que atuam em organizações que obtiveram os melhores resultados financeiros mesmo durante períodos de oscilação econômica. Para eles, "influência" e "pensamento global" são atributos mais importantes.
Com relação à categoria competência na execução, mais da metade dos entrevistados brasileiros (55%) indica a "responsabilidade individual" (accountability) como principal característica para que as empresas alcancem o sucesso nos próximos anos. Em contrapartida, 45% dos CEOs de organizações de alta performance consideram a "rapidez na execução" a competência de maior destaque desta categoria, e colocam a responsabilidade individual na última posição, com 20%.
Ainda segundo a pesquisa, oito em cada dez presidentes consideram um desafio lidar com a complexidade de um novo ambiente econômico mundial marcado pelo intenso processo de globalização, aumento do poder econômico dos países emergentes, maior preocupação com questões ambientais, além da carência de recursos humanos necessários para suportar o crescimento. Entre eles, apenas metade diz saber como se comportar nesse novo cenário.

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