Maior disponibilidade dos sistemas, custos menores, mais segurança, expansão da infraestrutura e maior interoperabilidade entre os sistemas. Em linhas gerais, estas foram as principais "queixas" dos CIOs da Alcoa, Bradesco, Votorantim e Caixa Ecônomica Federal aos fornecedores de serviços e soluções de TI e telecom, durante painel no Futurecom, que terminou nesta sexta-feira, 16, em São Paulo.
De acordo com Tania Nossa, CIO da Alcoa para a América Latina, o preço ainda é um dos limitadores na compra de tecnologia pela empresa. Ela reconhece que as relações e negociações entre cliente e fornecedor avançaram muito nos últimos anos, mas observa que ainda é preciso chegar a uma melhor relação custo-benefício dos produtos.
Entre as tecnologias importantes, mas que ainda apresentam custos elevados, citadas por Tania, estão a telepresença e a videoconferência. Outra barreira apontada pela executiva é a questão da segurança, que muitas vezes impede a adoção de tecnologias novas. Ela adianta que entre os planos de investimento em tecnologia da Alcoa estão as de virtualização e consolidação de servidores.
Para a vice-presidente de tecnologia da informação da Caixa Econômica Federal, Clarice Copetti, a disponibilidade de rede e dos sistemas é um desafio que os fornecedores de TI e telecom precisam se atentar para melhorar. "Precisamos de agilidade e flexibilidade para o atendimento das demandas e dos processos. Para isso, precisamos de rede com ótima disponibilidade", frisou.
Outro ponto salientado por Clarice foi a necessidade dos fornecedores, principalmente os de software, de oferecer maior interoperabilidade entre sistemas diferentes.
A mesma reclamação faz o diretor corporativo de TI da Votorantim, Fabio Faria, para quem a incompatibilidade entre os sistemas precisam ser a menor possível, quase nulas. "Não dá para conviver mais com isso. Os fornecedores têm de permitir que as soluções sejam interoperáveis para proporcionarem que os processos sejam mais simples e menos complexos. Isso aumenta a facilidade de uso e reduz a possibilidade de haver falhas", comentou.
O executivo ressaltou ainda que os fornecedores têm de ser parceiros das empresas e buscar soluções junto com seus clientes. Faria diz que é necessário uma colaboração mais proativa entre fornecedores e clientes, já que cada vez mais as empresas exigirão nível de serviço mais elevado. Além disso, observou que as propostas feitas pelos fornecedores precisam ser mais rápidas e objetivas, para reduzir o tempo de negociação entre as partes.
A maior parceria entre cliente e fornecedor também foi defendida pelo vice-presidente executivo do Bradesco, Laércio Albino Cezar. Ele salientou que o banco gastará R$ 600 mil com comunicações e outros R$ 2,8 bilhões com tecnologia neste ano. "Por isso, os fornecedores precisam ser mais parceiros dos seus clientes e, principalmente, olhar os clientes destes como se fossem os seus próprios." Ele sustenta que essa relação é necessária porque, em "quase 100% das vezes, as falhas nos sistemas e redes são culpa dos fornecedores".
Albino Cezar também ratifica que os fornecedores precisam se preocupar mais com a disponibilidade das redes e dos sistemas. "O que mais tira o meu sono é o sistema fora do ar."
- Compromisso dos fornecedores