O Netflix admitiu que os aumentos de preços efetuados recentemente contribuiram para o número decepcionante de novos usuários no terceiro trimestre — um prenúncio de desaceleração do crescimento do serviço de TV pela internet nos EUA, que deve enfrentar agora a concorrência da rival HBO. No início deste ano, a empresa aumentou o preço de cerca de US$ 1 para US$ 8,99 para novos clientes, o primeiro reajuste desde 2011.
A empresa revelou que adicionou 980 mil clientes nos EUA no período, contra 1,3 milhão registrado no mesmo trimestre do ano passado. A previsão era adicionar 1,33 milhão de clientes no período. O Netflix prevê que a desaceleração do crescimento continuará no quarto trimestre, projetando 1,85 milhão de novos clientes, ante 2,33 milhões adicionados no quarto trimestre do ano passado.
O Netflix divulgou lucro de US$ 59 milhões no terceiro trimestre, um ganho de US$ 0,96 por ação, acima dos US$ 32 milhões registrados em igual período do ano passado. Mas a empresa prevê que o lucro cairá quase 44% no próximo trimestre, na comparação com o ano passado, com as perdas em seu segmento internacional devendo aumentar devido à expansão agressiva na Europa.
Em setembro, o Netflix lançou o serviço em mais seis países europeus, incluindo a França e Alemanha, e já havia advertido anteriormente que a expansão poderia levar a perda de US$ 42 milhões no trimestre.
Em carta aos acionistas, a empresa disse que "não há nenhuma mudança em relação a atratividade do serviço no longo prazo e ao tamanho do mercado de televisão pela internet nos EUA, estimado em 60 milhões a 90 milhões de famílias.
Os resultados não agradaram os investidores. As ações da companhia encerraram o pregão da Nasdaq com queda de 19,33%, negociadas a US$ 361,7. Na quarta-feira, as ações do Netflix já haviam caído 26,4% na quarta-feira, 15, para US$ 330, no after-hours trading — negociação após o fechamento da Nasdaq.