De Y à alfa: gerações mais novas estão sofrendo o impacto da AI no QI

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O avanço da tecnologia na atualidade é perceptível de maneiras diferentes por determinados grupos da sociedade, principalmente quando se trata de diferentes gerações. Em 2020, estima-se que mais de 4,5 bilhões de pessoas no mundo todo já usavam a internet, e a forma como as diferentes faixas etárias passaram a interagir com essa ferramenta varia significativamente, refletindo diferenças culturais, experiências de vida, receios e expectativas em relação ao futuro. 

A inteligência artificial tem se popularizado cada vez mais na sociedade de forma abrangente, confrontando, de maneira geral, a forma como todos executam suas tarefas, sejam elas atividades comuns do dia a dia, ou funções corporativas elaboradas, até a implementação de recursos em redes sociais. Com a tecnologia de IA, as gerações mais antigas (Y ou millenium) são desafiadas a se adaptarem aos novos métodos, em prol da praticidade oferecida pela ferramenta, enquanto as gerações mais jovens (Z e alfa) são estimuladas a abraçar uma mentalidade mais flexível, uma vez que já nasceram no ambiente digital.

Os Baby Boomers, geração nascida entre 1940 e início dos anos 60, afirmam não possuir as habilidades adequadas para atender às exigências da era da inteligência artificial, de acordo com um estudo feito pela Microsoft em 2018. Este grupo é o menos propenso a confiar em qualquer nova tecnologia, no entanto, mais de um terço concorda que a IA mudará a vida cotidiana. Já a geração X, nascidos até 1980, estão mais familiarizados com tecnologias como assistentes virtuais, e valorizam a eficiência que a IA pode proporcionar, porém, demonstram preocupação sobre questões de privacidade e segurança. 

A falta de familiaridade e compreensão das gerações mais velhas acerca da IA, claramente, necessita de ações educacionais. Por não entenderem bem como funciona, podem resistir e não implementar tecnologias que serviriam de barreiras para acessos maliciosos. Seria interessante, portanto, ações conjuntas de governo e empresas para educá-los, o que reduziria suas desconfianças e, por consequência, os números de golpes e fraudes, além de iniciativas para aprofundamento do uso das inteligências no dia a dia, identificando as melhores formas e benefícios da tecnologia dentro de seus afazeres diários.

Já entre as gerações mais novas, os problemas são outros. Os Millennials enxergam a IA como peça chave para melhorar a produtividade, mas estão conscientes das questões sociais e éticas relacionadas ao uso da tecnologia.  Esta geração, ainda mais ativa digitalmente em redes sociais, tem lidado, inclusive, com disfunções de auto imagem geradas pelo uso excessivo de AI, que tem, facilmente, impactando gerações ainda mais novas.

Assim, a forma como as pessoas percebem a IA no local de trabalho deve mudar em breve, considerando que a Geração Z – nascidos entre 1995 e 2010 – será responsável por 30% da força de trabalho até 2030, de acordo com estudo da Johns Hopkins University. Por um lado, uma geração mais preparada para o futuro do trabalho tecnológico, pois cresceu em um ambiente digital e está acostumada com a adaptação a novas tecnologias. Por outro, uma geração menos capaz, colaborativa e proativa, a qual espera-se mais resultado do que ação. 

Segundo testes de pesquisa de QI, a cada nova geração, percebe-se uma diminuição considerável no potencial devido ao uso exacerbado da internet. Isso é observado inclusive de pais para filhos. Aproximadamente 1/4 da geração Z teve um smartphone antes dos 10 anos de idade e todos cresceram com a internet, afirma pesquisa realizada pela Red Oxygen, o que impacta diretamente a forma como eles vêem a inteligência artificial. Esse grupo é seriamente dependente de dispositivos móveis e aplicativos que fazem uso de IA para personalização e recomendação de conteúdo, tornando a tecnologia uma parte essencial de suas vidas.  

É natural os temores dos mais novos em relação às transformações no mercado, exigindo resiliência e especialização. Estamos vivendo uma era de mudanças, boas e nem tão boas, e aceleradas. Nesses momentos, como a história já nos mostrou, há muita insegurança, principalmente de quem está ingressando no mercado. Não haverá perdas de empregos massivas, e sim uma requalificação das vagas, exigindo novas habilidades do trabalhador, porém trazendo mais qualidade de vida também. Mas, claro, tudo deve ser sempre questão de ponderação e equilíbrio.

Bruno Kawakami, CTO da D4Sign.

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