Gastos com Copa do Mundo e avanço do Pix são destaques no 3º trimestre, aponta estudo do Itaú Unibanco e da Rede

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O mundo está em contagem regressiva para a Copa, e como já era esperado, o evento impactou os gastos dos brasileiros nos últimos meses, tanto para quem vai ao Qatar ver a Seleção ao vivo quanto para quem ficará por aqui. Até as bancas de jornais foram impactadas, com salto no consumo fruto do sucesso do álbum de figurinhas do Mundial de futebol masculino. Mas o terceiro trimestre de 2022 também trouxe a consolidação da volta de shows e festivais de música, o turismo liderando a alta nos gastos pelo 5º trimestre consecutivo e tendências relacionadas à saúde. Tudo acompanhado de uma adesão cada vez maior a novas tecnologias de pagamento – com o Pix avançando em representatividade.

Estes são alguns dos insights da Análise do Comportamento de Consumo, relatório que trimestralmente traz um panorama dos gastos dos brasileiros – uma análise feita com base nas compras realizadas com cartões do Itaú Unibanco e nas vendas realizadas nos sistemas da Rede, empresa de meios de pagamentos do banco. Os dados são relativos ao 3º trimestre de 2022, na comparação com igual período do ano passado. 

Vai pagar como?

O Pix segue ganhando representatividade como meio de pagamento, com salto de 174% na quantidade de operações realizadas no terceiro trimestre de 2022, ante o mesmo período de 2021, e de 70% no valor transacionado – considerando as transações realizadas por clientes pessoa física (CPF) para pessoa jurídica (CNPJ).

Examinando apenas a visão dos pagamentos realizados por clientes Itaú, o Pix representou 21% das transações no período, contra 18% do débito e 61% do crédito (no mesmo período de 2021, o Pix representava 16%, o débito 22% e o crédito 62%).

Já na visão dos pagamentos realizados nas maquininhas da Rede, o Pix representou 22% das transações no período, seguido do débito, com 27%, e do crédito, com 51% (em 2021, também no 3º trimestre, estes números eram 16%, 32% e 52%, respectivamente).

Quando o cartão de crédito é a escolha, o cartão virtual segue ganhando espaço – o uso da funcionalidade cresceu 188% no período analisado, um comportamento que teve reflexo na queda no número de fraudes. No acumulado de janeiro a setembro, o uso do cartão virtual teve alta de 77%; no mesmo período, o Itaú registrou uma queda de 21% no número de contestações de compras online por fraudes feitas pelos clientes (relacionadas a vazamento de dados dos cartões). A campanha do Itaú na mídia certamente contribuiu para conscientização do consumidor em relação aos cuidados com a segurança.

Já na escolha entre à vista ou parcelado a escolha por pagar tudo de uma vez só tem avançado mais e cresceu 33% no trimestre no valor transacionado (e +21% na quantidade de operações), com ticket médio de R$ 94,72. O crédito teve avanço de 21% e 10%, respectivamente – e ticket médio de R$ 568,5. Neste terceiro trimestre de 2022, 47% das compras realizadas foram à vista, e 53% parceladas.

Consumo aquecido na torcida pelo Brasil

Seja no Qatar ou sem sair do país, os brasileiros gastaram mais nos últimos meses em itens relacionados à Copa do Mundo. Por aqui, o Mundial de futebol movimentou as bancas de jornais, especialmente devido à compra de figurinhas. No 3º trimestre, o valor transacionado no ramo teve incremento de 99% na comparação com o mesmo período do ano anterior, e de 73% na quantidade de transações. A geração Z encabeça o crescimento, com salto de 151% no número de operações

O setor de artigos esportivos, tradicionalmente impactado pela Copa, registrou acréscimo de 32% no valor transacionado e de 24% na quantidade de operações, impulsionado por compras nas empresas que vendem a camisa oficial da Seleção Brasileira.

Já quem conseguiu se organizar para ver os jogos ao vivo teve que fazer um investimento considerável. Apenas a compra dos ingressos dos jogos teve um ticket médio de R$ 4.766. Entre os brasileiros que compraram entradas para os jogos no Qatar, a geração Y representa 55%, e a geração X, 31%. O estado que mais comprou entradas para os jogos foi São Paulo (52%), seguido pelo Rio de Janeiro (14%), Paraná (5%), Minas Gerais (5%), e Distrito Federal (4%).

E os gastos no país sede da Copa seguem aumentando. O valor transacionado no destino, que já vinha subindo desde o início do ano, cresceu mais 40% em relação ao trimestre passado (2º tri de 2022), enquanto a quantidade de operações aumentou 37%. Os destaques estão nas agências de turismo (+72% na quantidade de operações e ticket médio de R$ 17.825), aluguel de automóveis (+183% na quantidade de operações e ticket médio de R$ 1.593) e atrações turísticas (+ 22% na quantidade de operações e ticket médio de R$ 402).

Turismo segue em alta, com novos comportamentos

O setor de turismo continua em alta – é o segmento que mais tem aumento no consumo há cinco trimestres consecutivos. Mas o estudo revela que os consumidores têm explorado o uso de novas tecnologias, principalmente em destinos internacionais.

No exterior, no terceiro trimestre do ano o valor transacionado com wallets – carteiras digitais para pagamento por aproximação com o celular – se multiplicou, com incremento de 675% na comparação com o mesmo período do ano anterior (e +663% na quantidade de operações).

Os cruzeiros marítimos também seguem em forte crescimento – ainda sem alcançar os patamares pré-pandemia, mas já se aproximando. A quantidade de operações cresceu 428% no último trimestre, e o valor transacionado, 322% – ambos na comparação com o mesmo período de 2021. As rotas internacionais foram destaque, e os países com mais representatividade nos destinos são Estados Unidos (28%), Reino Unido (25%) e França (7%).

Retomada de shows e festivais de música

O Brasil definitivamente voltou para a rota das turnês de artistas internacionais, o que junto com os shows nacionais tem movimentado o setor. Os gastos com a compra de ingressos para apresentações e festivais cresceram 939% no último trimestre (na comparação com o ano anterior), com um aumento de 552% na quantidade de transações.

O Rock in Rio 2022, realizado em setembro no Rio de Janeiro, movimentou não apenas o mercado da música, mas o consumo como um todo na cidade. Durante os dias em que o festival foi realizado, a quantidade de transações feitas na capital fluminense cresceu 32%, na comparação com os dias do Rock in Rio 2019 (última edição realizada antes da pandemia).

Novos hábitos na saúde

Os cuidados com a saúde estiveram sob holofote no período da pandemia, e alguns novos hábitos se consolidaram. No terceiro trimestre deste ano, comparado com o mesmo período do ano anterior, o valor transacionado no setor teve aumento de 25% (com +12% em número de transações).

Uma tendência que ganhou destaque no período de reclusão segue crescendo: a realização de exames e aplicação de vacinas em casa. O setor teve incremento de 27% no valor transacionado no intervalo analisado e de 15% na quantidade de operações.

O estudo também indica que os brasileiros seguem investindo na busca por equilíbrio da saúde mental e física. O número de transações realizadas em terapias (que inclui terapeutas, psicólogos, fisioterapeutas e terapia ocupacional) cresceu 31% no trimestre (na comparação com 2021), continuando uma tendência de alta iniciada ainda em 2020.

Performance do varejo: consumo online segue crescendo

O valor transacionado no varejo no terceiro trimestre de 2022 teve aumento de 17%, na comparação com o mesmo período de 2021. Ante o mesmo intervalo de 2020, o crescimento foi de 47%; e sobre 2019, de 52%. Já a quantidade de transações no trimestre analisado foi 15% maior do que as realizadas no mesmo ciclo de 2021.

As compras no varejo físico representaram 76% do volume em faturamento no 3º trimestre de 2022, enquanto o online ficou com 24%. No ambiente físico, os gastos no período aumentaram 13% em comparação ao 3º tri do ano passado e 1% em relação ao trimestre anterior (2º tri de 2022)

Já o valor gasto nas compras online segue liderando o crescimento, com avanço de 31% no período analisado (em relação ao trimestre anterior, 2º de 2022, o acréscimo foi de 5%). Na comparação com o 3º trimestre de 2020 e 2019, o e-commerce teve faturamento 76% e 121% maior, respectivamente. Apesar dos números não mostrarem claramente a tendência do varejo figital, a médio prazo ele deve aparecer como acontece em outros países.

Outras categorias que mais tiveram avanço no consumo no trimestre foram:

 

CATEGORIA % 3T22 X 3T21 Inflação do período
Turismo +85% 12,6%
Cultura, Lazer e Esporte +56% 12,6%
Locomoção e Transporte +47% 14,1%
Alimentação +46% 7,6%
Educação +45% 7,2%
Atacadistas +39% 7,2%
Veículos +32% 14,8%
Tecnologia +28% 7,5%
Saúde e Bem-estar +26% 9%

 

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