Belo Horizonte (MG) ganhará no ano que vem o seu parque tecnológico, o BH Tec. O projeto irá concentrar, em uma área doada pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), empresas de base tecnológica, laboratórios de pesquisa públicos e privados e serviços de apoio às empresas. Com um investimento da ordem de R$ 40 milhões, o BH Tec visa estimular empreendimentos em tecnologia, de modo a gerar empregos de qualidade e reter profissionais capacitados na região.
"É um setor com grande capacidade de produzir riqueza, renda e ser uma base de exportação", conta o representante da prefeitura de Belo Horizonte no conselho do BH Tec, Leonardo Guerra. De acordo com ele, a atividade foi uma das que mais teve crescimento de empregos na capital mineira.
A prefeitura e o governo do estado irão investir R$ 20 milhões cada um na infra-estrutura, edificações administrativas e no Centro de Pós-Incubação. As obras de infra-estrutura no terreno de 185 mil metros quadrados, localizado na avenida Carlos Luz, região da Pampulha, começarão no início de 2006. A ocupação total deve ser feita ao longo de dez anos.
O Sebrae de Minas Gerais faz parte do conselho da Associação Parque Tecnológico de Belo Horizonte, criada para gerir a iniciativa e irá apoiar o empreendimento no relacionamento e articulação com as pequenas empresas. "É uma expectativa grande, um sonho de muito tempo que irá mudar o perfil econômico da cidade", afirma a gerente de tecnologia do Sebrae em Minas, Mara Veit.
Além das empresas, será instalado no local um centro de serviços e infra-estrutura que poderá ser utilizado pelos integrantes nas áreas de comercialização internacional e de patentes, por exemplo. "O objetivo é apoiar a pequena e média empresa, que formam a maioria dos empreendimentos tecnológicos", explica a coordenadora executiva do BH Tec, Fabiana Santos. Empresas de grande e médio porte também serão atraídas para a área, para servirem de âncora da iniciativa.
Fabiana argumenta que a capital mineira precisa de indústrias intensivas em conhecimento e com produtos de grande valor agregado. "Belo Horizonte é uma cidade de serviços. Não existe área para grandes indústrias e a tecnologia pode suprir isso em espaços menores. A região já mostrou que é capaz de nutrir essas atividades", acredita.
A construção, segundo ela, garante suporte para que a pesquisa científica seja direcionada para as necessidades da indústria mineira, aumentando a competitividade das empresas e diminuindo a necessidade de importação de soluções estrangeiras. "As pesquisas serão feitas também para gerar inovações para as empresas de setores tradicionais da economia do Estado", diz Fabiana.
Abrigar possíveis novas empresas que surgem a partir da pesquisa universitária é também um objetivo do BH Tec. "Estamos formando cérebros que deixam Minas por falta de mercado. Esses pesquisadores poderão se tornar empreendedores ou ser incorporados às empresas instaladas no parque", acredita Fabiana.