A contrapartida para a renovação da insenção do PIS e Cofins para computadores vendidos por até R$ 4 mil, anunciada na semanda passada pela ministro da Fazenda, Guido Mantega, foi a exigência de que fabricantes de PCs invistam 1% a mais de seus faturamentos em pesquisa e desenvolvimento (P&D), fato que, segundo eles, poderá gerar aumento nos preços dos computadores.
Na realidade, os investimentos dos fabricantes em P&D eram 4% do faturamento, que depois foram reduzidos para 2% com o intuito de reduzir os preços e estimular as vendas de PCs. Entretanto, a Lei da Informática previa que os gastos das empresas em P&D voltassem a ser de 4% a partir de 2010.
Ao avaliar que isso poderia impactar negativamente o mercado, o governo ponderou e decidiu elevar para apenas 3%. Ou seja, na realidade, a obrigação de investimentos em P&D foi reduzida em 25%. Os fabricantes de PCs entendem esta medida como uma contrapartida porque gostariam que os investimentos em P&D fossem mantidos em 2% (veja mais informações em "links relacionados" abaixo).
Segundo fonte do mercado de PCs, citando conversas com diversos fabricantes, a grande maioria ressaltou que não enxerga o aumento dos investimentos em P&D como um grande problema e a tendência é que a medida não tenha impacto nos preços finais dos produtos aos consumidores.
Na visão de Hugo Valério, diretor do setor de informática da Associação Brasileira da Indústria Elétrica e Eletrônica (Abinee) e diretor de relações governamentais da HP, se houver repasse de preços, este será de no máximo 1%. Ele observa que os computadores são produtos de pequena margem de lucro e que por esse motivo há a possibilidade do repasse. "Alguns produtos têm margens pequenas demais para que as empresas absorvam esse acréscimo e alguma coisa deve recair sobre os preços finais. Nesse caso, o maior custo será repassado na íntegra", avaliou Valério.
- Impacto marginal